Revista Exame

Um alívio temporário na guerra comercial entre Estados Unidos e China

Estados Unidos e China chegam a uma trégua em sua guerra comercial; enquanto, na América Latina, preocupa o número de jovens “nem-nem”

Donald Trump e Xi Jinping: uma trégua na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China depois de um jantar em Buenos Aires | Xinhua/Sipa USA/Fotoarena /  (Xinhua/Sipa USA/Fotoarena/Reprodução)

Donald Trump e Xi Jinping: uma trégua na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China depois de um jantar em Buenos Aires | Xinhua/Sipa USA/Fotoarena / (Xinhua/Sipa USA/Fotoarena/Reprodução)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 04h58.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 16h25.

A decisão da Casa Branca de adiar por 90 dias o aumento das tarifas de importação sobre produtos chineses é um alívio temporário para o comércio internacional e a economia mundial. A medida, tomada depois de um jantar entre Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping em Buenos Aires, não altera as tarifas que já foram impostas pelo governo americano neste ano e que vinham contribuindo para um desaquecimento da economia tanto na China quanto nos Estados Unidos.

A consultoria Oxford Economics prevê que, se as novas medidas forem impostas, o PIB dos Estados poderá perder perto de 0,3 ponto percentual no ano que vem. Os dois presidentes agora ganham mais tempo para negociar sobre questões que afetam o comércio em ambos os lados do Pacífico. Os Estados Unidos querem mais acesso ao mercado chinês e maior proteção contra a pirataria na China. Já os chineses buscam formas de desenvolver sua indústria de alta tecnologia, em parceria com empresas americanas. O fato de os dois países não terem divulgado um comunicado conjunto depois do jantar é um sinal de que os dois lados ainda não querem se comprometer em fazer muitas concessões. Pelo menos China e Estados Unidos agora estão sentados à mesma mesa.


AMÉRICA LATINA

O alto número de jovens “nem-nem”

Escola no México: uma grande quantidade de jovens não estuda nem trabalha | AGB Photo

Embora os países da América Latina tenham feito avanços para garantir o acesso  ao ensino, é inegável que existe uma série de problemas que precisam ser resolvidos com urgência para melhorar a educação na região. Um dos desafios é reduzir a grande quantidade de adolescentes que não estudam nem trabalham, os chamados “nem-nem”. Em países como a Costa Rica, quase 20% dos jovens de 15 a 19 anos estão nesse grupo — número não muito distante do Brasil, de 17% (nos países da OCDE, a média é de 6%). Os dados fazem parte de um amplo estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que analisa a situação do ensino na América Latina. Para os autores, é errada a ideia de que os “nem-nem” são uns desocupados. A maioria realiza tarefas domésticas, cuida de filhos ou parentes, ajuda nos negócios da família ou está em busca de emprego. Entender o que leva os jovens a estar nessa situação em vez de estudar ou trabalhar é o primeiro passo para reverter o quadro.


PAÍSES EMERGENTES

Sede de energia

Posto de gasolina na Índia: a demanda por energia está em alta nos emergentes | Sebastian Kahnert/AP Images/Glow Images

A Agência Internacional de Energia faz uma previsão preocupante: daqui a duas décadas, a demanda por energia no mundo será 25% maior do que hoje. Boa parte do aumento virá da Índia, da China e dos países africanos, lugares onde o crescimento da população e a melhoria na qualidade de vida devem continuar elevando o consumo de eletricidade e de combustíveis fósseis. Um quinto do aumento virá apenas dos novos carros elétricos na China. Para que os países consigam cumprir as metas definidas no Acordo de Paris, será necessário investir cada vez mais — e com urgência — em fontes de energia limpa para atender à demanda crescente de eletricidade sem poluir ainda mais o planeta.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisPaíses emergentes

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025