Revista Exame

Sotaque baiano: a nova empreitada de Wagner Moura em Hollywood

Em nova produção americana, agora com Ridley Scott, Wagner Moura faz mais uma vez o papel de um brasileiro

Ladrões de Drogas: no catálogo da Apple TV+ desde março (Apple TV+/Divulgação)

Ladrões de Drogas: no catálogo da Apple TV+ desde março (Apple TV+/Divulgação)

Publicado em 20 de março de 2025 às 06h00.

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A participação de atores e atrizes brasileiros em filmes de Hollywood não é um fenômeno recente, de Carmen Miranda nos anos 1940, passando por Sônia Braga na década de 1980. A diferença é que cada vez mais eles têm ganhado protagonismo nas produções americanas. A diversificação proporcionada pelo streaming ajuda na valorização de papéis relevantes para latinos. Wagner Moura é um deles.

Depois da participação no blockbuster Guerra Civil, da produtora A24, o ator baiano foi parar quase por acaso em uma nova produção da Apple TV+, a série Ladrões de Drogas (Dope Thief, no título original), produção de Peter Craig e ­Ridley Scott, que entra no catálogo neste mês. Moura foi escalado às pressas, dias antes do começo das gravações, para substituir o ator Michael Mando.

“Entrei de última hora, mas como fiquei feliz com isso. A vida às vezes dá dessas. E quem não quer trabalhar com o ­Ridley Scott, né? É o sonho de qualquer artista ser dirigido por essa figura seminal no cinema mundial. E é fantástico porque ele já não liga mais para nada, então só faz o que realmente gosta, o que é um baita privilégio”, contou ele em entrevista à EXAME Casual.

Ladrões de Drogas tem como base o livro homônimo de Dennis Tafoya. Scott assina como diretor do primeiro dos oito episódios e produtor executivo ao lado de Peter Craig e Brian Tyree Henry, intérprete de Ray na série, que foi filmada na Filadélfia, na Pensilvânia.

Moura foi escalado para o papel de Manny Carvalho, um homem brasileiro que vive nos Estados Unidos e atua como ladrão de drogas ao lado de Ray, seu melhor amigo americano. Os dois se disfarçam de agentes do Drug Enforcement Administration (DEA) para roubar a mercadoria e o dinheiro de pequenos traficantes, até esbarrarem em um chefe do tráfico mais influente.

Para encarnar o personagem, o ator baiano teve que pintar o cabelo, já grisalho, de preto. E conta que teve um momento memorável com Scott enquanto esperava a tinta fazer efeito. “Ele me viu ali sentado, esperando para ficar pronto, puxou uma cadeira e disse: ‘Eu vou ficar aqui até você terminar esse negócio no seu cabelo’. E então ele ficou uma hora comigo e com a maquiadora contando altas histórias; e eu ficava pensando comigo se aquilo estava mesmo acontecendo”, conta. “Perguntei a ele sobre Thelma & Louise, Gladiador, Blade Runner, sobre todas as coisas que ele fez. E ele tranquilamente falando horas sobre aquilo tudo. Foi algo inesquecível trabalhar com ele no set.”

Mesmo com a escalação às pressas, houve espaço para uma adaptação pessoal do personagem, algo que ele tem feito questão de pedir em seus trabalhos mais recentes no exterior. “Todo personagem que eu pego aqui [nos EUA], eu faço com que seja brasileiro. Ninguém escreve para a gente, é muito raro ter um roteiro com personagens do Brasil. Eu faço questão, é algo que digo logo de cara toda vez que sou escalado para um novo papel”, pontua. “A primeira coisa que eu digo: ‘Ó, eu quero que ele seja brasileiro, ele fala do jeito que eu falo e o Brasil é um país que faz parte do fluxo migratório para os Estados Unidos, tem uma comunidade brasileira gigante aqui’. Eu quero representar essas pessoas.”


FILMES

Janela indiscreta

Vitória, com Fernanda Montenegro, Alan Rocha e Linn da Quebrada nos cinemas (Sony Pictures/Conspiração/Divulgação)

Aos 95 anos, Fernanda Montenegro não para. Nos cinemas, a dama da dramaturgia interpreta Vitória, no filme homônimo baseado na história de Joana da Paz, uma aposentada que decide filmar da janela de seu apartamento em Copacabana as ações de uma perigosa quadrilha. Os materiais se tornam uma denúncia de grande repercussão na mídia brasileira.


MOSTRA

Jovem Guarda

Jovem Guarda 60 Anos | Museu da Imagem e do Som — MIS | Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo. | O mesmo ingresso dá acesso também à exposição Ney Matogrosso (MIS/Divulgação)

Além da mostra em homenagem a Ney Matogrosso, o MIS-SP apresenta a exposição Jovem Guarda 60 anos, em comemoração às seis décadas do movimento cultural que surgiu em um dos programas televisivos de maior impacto na sociedade brasileira. Dividida em sete espaços, a mostra traz itens raros, vídeos, cartazes dos filmes da época e entrevistas. “Não podíamos deixar passar essa data sem celebrar os 60 anos desse movimento que marcou tanto a cultura brasileira”, diz André Sturm, diretor-geral do MIS e curador da exposição.


ARTE

Novo palco

Em 2025, a SP-Arte amplia sua estrutura com espaço dedicado a debates sobre mercado e colecionismo

SP Arte: termômetro para as tendências do setor (SP Arte/Divulgação)

Consolidada como a principal feira de arte e design brasileiro, a SP-Arte chega à 21a edição como um termômetro para tendências do setor ao longo do ano. Entre os dias 2 e 6 de abril, cerca de 200 expositores participam do evento, incluindo galerias de arte, estúdios de design, editoras e instituições culturais. Neste ano, a feira amplia sua estrutura com o Palco SP-Arte, espaço dedicado a debates sobre mercado e colecionismo.

“O Palco SP-Arte é uma das grandes novidades da edição. Trata-se de um novo fórum para colecionadores e apaixonados por arte e design. O terceiro andar será ampliado e se transformará num grande lounge aberto ao público da feira, com espaços para relaxar, conversar e recuperar as energias. Por lá também teremos conversas sobre arte, mercado e colecionismo com nomes nacionais e alguns convidados internacionais que vêm especialmente para participar dessa programação”, diz Fernanda Feitosa, criadora e diretora da SP-Arte.

Entre as galerias participantes estão Almeida & ­­Dale, Fortes D’Aloia & Gabriel, Mendes Wood DM e Luisa Strina, além de nomes da nova geração, como Flexa e ­Mitre. “Constatamos um crescimento nas vendas de 70% em relação à edição passada. Interessante observar que comercializamos obras de artistas consagrados e jovens talentos em início de carreira. Sinal de que o público e os colecionadores da feira hoje têm um perfil mais diversificado do que nas edições anteriores”, diz André Millan, galerista da Galeria Millan, sobre a última edição e com boas perspectivas para 2025.


Um lugar para comer torrone...

...em Bolonha (Itália)

A Flamigni é uma confeitaria italiana, fundada em 1930 na cidade de Forlì, na região da Emília-Romanha. Reconhecida pela produção de torrone artesanal, a marca dedica um total de 1 hora e 20 minutos apenas para verter a clara de ovo no recipiente, e o delicado processo de cozimento em banho-maria se estende por 4 horas, garantindo a qualidade de seus produtos.

...em Barcelona (Espanha)

A Torrons Vicens, fundada em 1775, é uma empresa familiar com longo histórico na fabricação de torrone. Criada em Agramunt, na região de Lérida, considerada o berço do Turrón con Chocolate a la Piedra, se destaca pela fabricação artesanal de torrones clássicos e de sabores como manga e coco.

...em Montélimar (França)

A Chabert & Guillot é uma marca francesa especializada na produção de nougat, com sede em Montélimar, cidade reconhecida pela tradição desse doce. Fundada em 1848 por Charles Chabert e Henri Guillot, tem uma longa história na fabricação de confeitos, especialmente uma versão do torrone de Montélimar.


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