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Rodrigo Galindo, sob pressão, funde Kroton e Anhanguera

Especialista em integrar empresas, Rodrigo Galindo vai coordenar a fusão de Kroton e Anhanguera — o maior negócio de educação no mundo

Rodrigo Galindo, presidente da Kroton: ele comanda a maior empresa de ensino do mundo (Germano Lüders/EXAME)

Rodrigo Galindo, presidente da Kroton: ele comanda a maior empresa de ensino do mundo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 16h59.

São Paulo - Há coisa de três anos, Rodrigo Galindo era apenas um filho de milionário. Seu pai, Altamiro, acabara de vender sua faculdade, a Iuni, para a rede de ensino Kroton por 510 milhões de reais. Como a Kroton lutava para ganhar dinheiro e Galindo tocava a faculdade do pai com certa competência, aconteceu o inusitado — o comprado assumiu a gestão da compradora.

O que se viu desde então é um caso de expansão com poucos paralelos na história da educação privada. Sob a liderança de Galindo, a Kroton fez outras sete aquisições. Ao fim, tornou-se a maior empresa de educação do mundo. O ápice do processo aconteceu em abril, quando comprou a rival Anhanguera e criou um gigante com valor de mercado de 13 bilhões de reais.

Aos 37 anos, Galindo terá, a partir de 2014, o maior desafio de sua carreira. Encantado com a trajetória de crescimento da Kroton, o mercado apostou no sucesso da empresa. As ações valorizaram 70% nos últimos 12 meses, num sinal de que todos contam que Galindo vá repetir com a Anhanguera o sucesso que teve na integração das outras sete empresas compradas pela Kroton desde que assumiu.

Ao longo dos anos, ele criou um modelo de integração que dá conta de assumir uma escola em dificuldades e levá-la aos melhores índices operacionais do mercado em 90 dias. Terá de fazer isso, agora, numa empresa com 1 milhão de alunos e 120 campi. Ele mesmo admite que a integração demorará não três meses, mas três anos.

O desafio é enorme: a rentabilidade da Kroton é três vezes maior que a da Anhanguera. Galindo vai manter as marcas separadas e tocá-las como grupos educacionais diferentes. Ele vai juntar apenas a estrutura administrativa das duas empresas — e, assim, pretende capturar 300 milhões de reais em sinergias.

As ações da Kroton subiram 45% desde o anúncio da fusão. Em dezembro, um parecer inicial do Cade, órgão de defesa da concorrência, mostrou que o negócio cria concentração excessiva em algumas cidades. Foi o suficiente para fazer com que os papéis caíssem até 8% no dia. É uma pequena evidência do peso depositado pelo mercado nos ombros de Galindo.

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