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Pela quinta vez, o Festival de Cannes não vai acontecer na data prevista; a saída agora será um evento online

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Festival de Cannes: união com outras mostras para evento no fim de maio | John Phillips/Getty Images /

Festival de Cannes: união com outras mostras para evento no fim de maio | John Phillips/Getty Images /

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Guilherme Dearo

Publicado em 7 de maio de 2020, 05h20.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021, 13h09.

Em sua história, o icônico Festival de Cinema de Cannes sofreu contratempos quatro vezes. Em dois anos, em 1948 e 1950, o festival não ocorreu por falta de dinheiro. Em outras duas oportunidades, foi interrompido e não se concluiu. Primeiro em 1939, ano em que seria inaugurado. A festa durou apenas um dia. No segundo, tropas alemãs invadiram a Polônia e o evento foi suspenso por dez dias. Quando França e Reino Unido declararam guerra a Hitler, o festival foi cancelado de vez. Sua estreia, para valer, só aconteceria em 1946. A segunda vez em que ficou pela metade foi em 1968, quando, em meio às barricadas de Paris, cineastas como Louis­ Malle, Jean-Luc Godard e François Truffaut pediram a interrupção do evento em solidariedade aos protestos de estudantes e operários.

A quinta vez chega em 2020. Diante da pandemia do novo coronavírus, a edição que deveria começar em 12 de maio tem futuro incerto. Quando ainda se acreditava que a quarentena duraria pouco, os organizadores anunciaram o festival para o fim de junho. Passado o otimismo inicial, Cannes já admite que, se ocorrer neste ano, não será em seus moldes tradicionais. Dentro do calendário anual de festivais, alguns se salvaram, enquanto outros ficaram pelo caminho e alguns esperam a normalidade. Sundance, em janeiro, ocorreu normalmente. O texano SXSW, previsto para março, foi cancelado. Já o festival de Tribeca migrou filmes e palestras para o online. A tríade de setembro, os importantes festivais de Veneza, Nova York e Toronto, por enquanto mantém as datas, prevendo que até o segundo semestre a pandemia estará controlada.

Tais cancelamentos causam uma quebra na cadeia produtiva da indústria cinematográfica. Sem eles, produtores não conseguem apresentar e vender seus filmes às distribuidoras. Na outra ponta, os cinemas continuam fechados, os lançamentos não têm para onde ir e nenhum produtor quer ver seu filme ir direto para o streaming (e para os downloads piratas). A saída temporária, para os que estrearam às vésperas da pandemia e conseguiram ficar algumas semanas em cartaz, é chegar mais cedo do que de costume às plataformas on demand, como ocorreu com Aves de Rapina, filme da DC com Margot Robbie, e O Homem Invisível, com Elisabeth Moss. Mesmo assim, o estrago já está feito. Uma estimativa aponta que as perdas mundiais da indústria serão de 5 bilhões de dólares em 2020, no mínimo. A China, segundo maior mercado de filmes, atrás apenas dos Estados Unidos, já viu o faturamento cair 2 bilhões de dólares.

Enquanto não batem o martelo do futuro, Cannes e Veneza resolveram se unir em feito inédito. Ao lado de outros 18 festivais, como Locarno, Sydney e Berlim, elas criaram a mostra online We Are One: A Global Film Festival, que ocorrerá de 29 de maio a 7 de junho no YouTube. Gratuito e livre de anúncios, o evento ainda não tem programação divulgada, mas promete exibição de longas-metragens, curtas, documentários e painéis de debates. Haverá campanha para colher doações na luta contra a covid-19.



SÉRIES

Improvisos em Paris

Em The Eddy, o ganhador do Oscar Damien Chazelle volta a abordar sua paixão, o jazz, desta vez nas ruas de uma França multiétnica | Guilherme Dearo

The Eddy aborda o jazz, desta vez nas ruas de uma França multiétnica | Divulgação

Três dos quatro longas de ficção que o jovem diretor Damien Chazelle já produziu têm o jazz como tema principal: o mega hit La La Land, o já cult Whiplash e Guy and Madeline on a Park Bench, feito quando ainda era estudante em Harvard. Agora essa paixão confessa vai para o universo das séries com The Eddy, em oito capítulos em inglês e francês, sobre um clube parisiense que luta para manter as portas abertas.

O elenco multiétnico é de peso e reflete o ecletismo cultural nos subúrbios

das cidades da França no século 21. André Holland (Moonlight), Tahar Rahim (Um Profeta) e Joanna Kulig (Guerra Fria) são alguns dos nomes consagrados. Holland é Elliot, pianista americano radicado na França que precisa confrontar um crime chocante e os negócios escusos de seu sócio Farid. E tudo se complica com a chegada de sua filha, Julie. Chazelle divide a direção com Alan Poul, Houda Benyamina e Laïla Marrakchi. A música, peça essencial, é do compositor Glen Ballard, vencedor de seis prêmios Grammy.

The Eddy | Seriado de Damien Chazelle, Alan Poul e Jack Thorne, Netflix | Estreia em 8/5, com todos os episódios

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