CPI da Covid aprova requerimentos para investigar contrato de vacinas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Lucas Amorim
Publicado em 15 de julho de 2021 às 05h17.
Mais alto, mais rápido, mais forte. Às vésperas dos Jogos de Tóquio, o lema olímpico merece uma adaptação para o mercado financeiro brasileiro. “Mais profundo” é a expressão que melhor simboliza o momento de sofisticação dos investimentos no país — ou financial deepening, na expressão em inglês.
Esta edição da EXAME joga luz sobre uma revolução financeira que não tem data para terminar no Brasil. Mesmo com a alta recente dos juros e da inflação e um crescente clima de instabilidade política, os brasileiros seguem diversificando seus investimentos como nunca.
No primeiro semestre de 2021 a indústria de fundos captou 206 bilhões de reais, um recorde, levando o total sob gestão para 6,6 trilhões de reais. No total, 3,8 milhões de brasileiros já investem em bolsa e há 28,3 milhões de aplicações em fundos no país. São números que retratam um círculo virtuoso.
O maior interesse em conteúdo financeiro impulsiona o número de educadores, amplia o número de gestoras e de produtos, leva mais dinheiro para a economia real e faz os brasileiros ficarem mais atentos a políticas públicas. Estado eficiente vira sinônimo de maiores retornos, e práticas deletérias como corrupção e mau uso do dinheiro público passam a pesar no bolso de forma mais clara. É a roda das finanças girando a favor do país.
A EXAME é parte atuante dessa mudança do mercado há mais de 50 anos e, nesta edição, mais uma vez reforça seu compromisso com a educação financeira e a melhora do ambiente de negócios no país. Uma série de reportagens coordenada pelos editores Marcelo Sakate e Graziella Valenti trata do disputado mercado de gestoras e também de outras facetas dessa revolução. Mostramos o crescimento do número de mulheres na bolsa, a importância dos influenciadores na difusão de conhecimento, as oportunidades nos investimentos internacionais e nos criptoativos, os riscos e as oportunidades com a alta recente da inflação, e também a importância da renda fixa nesse processo.
Outras reportagens da edição se ligam a essa crescente sofisticação do ambiente de negócios do Brasil. Mostram, por exemplo, a alta nos investimentos em infraestrutura puxada por agentes privados e a oferta cada vez mais diversa de benefícios para um ambiente de trabalho pós-pandemia. Empresas atentas a práticas modernas de gestão de seus trabalhadores e de seus parceiros tendem a crescer mais — e a virar melhores alvos para investidores que por décadas deixam seu dinheiro estacionado na poupança. É a roda das finanças girando a favor de quem constrói o país.