Revista Exame

Visão Global — Pequenas e acanhadas

Diferentemente do que acontece nos países europeus, na América Latina as pequenas e médias empresas exportam muito pouco

Exportação: as PMEs vendem pouco no exterior (Paulo Fridman/Bloomberg)

Exportação: as PMEs vendem pouco no exterior (Paulo Fridman/Bloomberg)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 05h14.

Última atualização em 25 de outubro de 2018 às 05h14.

AMÉRICA LATINA

Uma característica marcante das micro, pequenas e médias empresas (PMEs) da América Latina é sua baixa participação nas exportações. Enquanto na Argentina as PMEs representam apenas 8,4% das vendas ao exterior, em países europeus, como a Itália, o número chega a 56%. É uma situação que reflete a falta de dinamismo das PMEs na América Latina. Por aqui, as empresas de menor porte são criadas basicamente para atender ao mercado interno e concentram-se em atividades de baixa produtividade, como comércio varejista e serviços. O resultado é que, apesar de empregarem 61% da mão de obra latino-americana, as PMEs têm apenas 24% do faturamento total das empresas.


Fábrica de tênis nos Estados Unidos: o número de vagas na indústria está abaixo do nível pré-crise | Scott Eisen/Getty Images

ESTADOS UNIDOS

Uma recuperação desigual

A recuperação do mercado de trabalho nos Estados Unidos tem sido impressionante. Desde janeiro de 2010, quando a fase mais aguda da crise terminou, mais de 18 milhões de empregos já foram criados no país — e ainda não há sinais de uma redução. No mês de setembro, a taxa de desemprego chegou a 3,7% , o menor nível desde 1969. No entanto, a criação de vagas não tem favorecido todos os setores da mesma maneira. Um exemplo é a indústria — um dos segmentos que formam a base eleitoral do presidente americano, Donald Trump. Antes da crise de 2008, a indústria empregava 14 milhões de pessoas no país. Hoje são 12,5 milhões.

Outros setores, como construção civil e mineração, também não voltaram aos níveis pré-crise. Os dados são de um levantamento recente do Escritório de Estatísticas de Trabalho, do governo americano. O que tem puxado a criação de vagas são setores como educação, saúde, atividades financeiras, transportes, armazenagem, comércio eletrônico e lazer (como hotéis). Ou seja, basicamente, o crescimento se dá em serviços.

Toque para ampliar

Startup italiana: ainda há pouco investimento de capital de risco | Divulgação

ITÁLIA

Falta investidor

Mesmo com os incentivos providos pelo governo nos últimos anos, a Itália é um dos países europeus que têm tido mais dificuldade em desenvolver um ambiente de empreendedorismo robusto. Das economias ricas, a Itália está entre as que menos recebem investimentos de fundos de capital de risco. Segundo um relatório recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico que avalia um programa italiano de incentivos a startups, o governo precisa fazer mais para cobrir a falta de capital privado que prejudica as empresas inovadoras do país.

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