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O segundo maior mercado de cartões

Para John Elkis, executivo da First Data, maior processadora de cartões do mundo, o Brasil, em breve, só ficará atrás dos Estados Unidos em número de usuários

John Elkis: “Nosso foco são as empresas médias que estão no interior do Brasil” (Divulgação)

John Elkis: “Nosso foco são as empresas médias que estão no interior do Brasil” (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2014 às 09h36.

São Paulo - A maior processadora de cartões do mundo, a americana First Data, que foi comprada pelo fundo de private equity KKR em 2007, acaba de concluir seu maior investimento no Brasil.

Montou um escritório com 200 pessoas em São Paulo e, depois de um aporte de quase 200 milhões de dólares, lançou um sistema de pagamentos para atender empresas no interior do país e alguns de seus grandes clientes globais, como o varejista Walmart.

Para John Elkis, presidente da divisão internacional da empresa, que faturou 11 bilhões de dólares em 2013, o Brasil se tornará o segundo mercado de cartões do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

1) EXAME - É possível crescer no Brasil quando há problemas na economia e incertezas em razão das eleições?

John Elkis - O Brasil é nossa prioridade absoluta de investimentos fora dos Estados Unidos. É evidente que veremos um aumento dos pagamentos com cartão no país. Em alguns anos, o Brasil deverá ser o segundo maior mercado de cartões.

2) EXAME - O que o faz ter tanta certeza?

John Elkis - Os pagamentos com cartão estão aumentando em países grandes, com população jovem, com acesso à tecnologia e cuja economia está em expansão. Hoje, o Brasil não cumpre apenas o último quesito, mas tem todos os outros. Sabemos que problemas econômicos são cíclicos.

3) EXAME - Mesmo que a economia volte a crescer no curto prazo, o mercado de cartões é dominado por duas empresas, Cielo e Redecard. Como vocês pretendem vencer essa barreira? 

John Elkis - Vendendo nossos produtos e serviços de processamento de pagamentos com cartão para empresas médias que estão fora dos grandes centros urbanos e, hoje, não são totalmente atendidas por nossos competidores. Também há muito espaço para crescer no segmento de pagamentos móveis, como os usados pelos taxistas, e no comércio eletrônico. 

4) EXAME - A estratégia, então, é ocupar espaços onde há menos concorrência? 

John Elkis - Sim, mas não é só isso. Temos produtos para ganhar mercado de nossos competidores.

5) EXAME - Mas as maquininhas de cartão não são todas parecidas?

John Elkis - A diferença é o sistema que está por trás delas. É possível oferecer mecanismos de gerenciamento para ajudar os empresários a controlar o fluxo de pagamentos e o perfil das compras. Já temos esse produto e vamos melhorar a oferta com o lançamento de uma nova plataforma em 2015.

6) EXAME - A First Data é uma empresa bastante endividada. Dá para planejar novos investimentos quando há tantos problemas financeiros na matriz? 

John Elkis - Acabamos de receber uma injeção de capital de 3,5 bilhões de dólares de acionistas convencidos de que há muitas oportunidades no mercado em diversos países. O sistema de pagamentos está se transformando no mundo todo. Estamos otimistas e capitalizados para aproveitar essa boa fase. 

7) EXAME - E se a economia brasileira continuar patinando?

John Elkis - É claro que um ambiente de crescimento é melhor, mas a demografia do país tem feito com que os pagamentos com cartão aumentem, mesmo em anos de expansão mais modesta. Esse mercado tem crescido a taxas de dois dígitos, e isso deverá continuar.

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