(Diarlle Carvalho/Exame)
Editor do Future of Money
Publicado em 18 de dezembro de 2025 às 06h00.
O bitcoin mostrou em 2025 que ainda é um dos ativos mais voláteis do mercado. A criptomoeda foi de um recorde de 126.000 dólares no início de outubro para 80.000 dólares em novembro, devolvendo todos os ganhos do ano. Com essa gangorra, o seu futuro em 2026 é incerto.
Especialistas afirmam que a própria dinâmica de preço do bitcoin mudou, e alguns já decretam o fim do tradicional ciclo de preço de quatro anos puxado por investidores de varejo. Investidores institucionais, em especial ETFs (fundos negociados em bolsa) e empresas, são cada vez mais determinantes para a criptomoeda.
David Duong, head global de pesquisa da corretora Coinbase, aponta uma série de fatores que vão derrubar ou impulsionar o bitcoin em 2026. Para ter um cenário mais otimista, a criptomoeda precisará de investimento intensos nos ETFs, cortes mais profundos de juros pelo Federal Reserve e novos casos de uso, abrindo espaço para um novo recorde.
Já em um cenário pessimista, a falta de avanço regulatório nos EUA e uma incerteza macroeconômica prolongada tendem a derrubar o preço, ou pelo menos ancorá-lo nas mínimas de 2025.
Mesmo com a queda recente, o otimismo ainda é forte no mercado. O JPMorgan acredita que o bitcoin pode terminar 2026 valendo 170.000 dólares, e o Bernstein vê o ativo em 150.000. Na ponta pessimista, a gestora QR Asset traça um piso na casa dos 60.000 dólares e um teto em 100.000, o que colocaria a criptomoeda praticamente no zero a zero pelo segundo ano seguido.
“A sequência de cortes pelo Fed continua sendo uma grande interrogação. E isso deve ter um peso importante no próximo ano. Caso tenhamos a perspectiva de mais cortes, com projeções de taxa ao final ao ano abaixo dos 3%, isso pode influenciar positivamente os preços”, diz Murilo Cortina, da QR Asset.
Na outra ponta, Axel Blikstad, da B2V Crypto, acredita que o bitcoin vai terminar 2026 em 175.000 dólares, descolando do ano “atípico” e “frustrante” de 2025. A chave para essa alta é a regulação nos EUA, que “vai trazer mais investidores e bancos do mercado tradicional para esse mercado, que ainda tem muito espaço para crescer”.