Revista Exame

Ranking Negócios em Expansão 2023: conheça as empresas da categoria Novatas

A Alumbra Empreendimentos Design apostou em imóveis de alto padrão no litoral de Santa Catarina, um polo de atração de novos moradores

Alex Sales, fundador e CEO da Alumbra
 (Leandro Fonseca/Exame)

Alex Sales, fundador e CEO da Alumbra (Leandro Fonseca/Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 28 de julho de 2023 às 06h00.

Última atualização em 31 de julho de 2023 às 12h10.


A empresa que mais cresceu

ALUMBRA - Itajaí (SC)

Alex Sales, Fundador e CEO

O QUE FAZ: Constrói empreendimentos residenciais

RECEITA EM 2022: 6,9 milhões de reais

RITMO DA EXPANSÃO: 842.560%

MOTIVO DO CRESCIMENTO: Apostou em imóveis de alto padrão no litoral catarinense, um polo de atração de novos moradores


O empreendedor mineiro Alex Sales superou uma infância pobre com o trabalho duro desde muito cedo. No tempo livre da escola, Sales vendia doces caseiros. Mais adulto, ele chegou a ter uma frota de caminhões. A recessão de 2014 colocou o negócio inteiro a perder, e ele foi obrigado a declarar falência. Hoje, aos 37 anos, o destino está dando um presente a quem resistiu a tantos altos e baixos na vida. Pouco depois de falir, Sales mudou-se para a região de Balneário Camboriú, um oásis de prosperidade no litoral catarinense. A profissão não poderia ser melhor para recomeçar tudo do zero: ele virou corretor de imóveis na cidade-sede de sete dos dez prédios mais altos do Brasil. O trabalho árduo rendeu a Sales uma carteira fiel de clientes e de conhecidos dispostos a investir milhões de reais num apartamento à beira-mar.

Com faro para vendas, uma noção do que está bombando no mercado imobiliário local, além de capital para comprar bons terrenos, Sales voltou a empreender em 2021. O resultado é a Alumbra Empreendimentos Design, uma incorporadora de alto padrão nas praias do litoral norte catarinense,  polo de atração de pessoas de todos os cantos em razão da qualidade de vida. Cidades nos arredores de Balneário Camboriú, como Barra Velha, Itapema e Itajaí, estão entre as que mais ganharam moradores segundo o Censo 2022. Ao atender gente endinheirada com vontade de um lugar ao sol no litoral catarinense, Sales viu a receita da Alumbra saltar de míseros 800 reais no fim de 2021 para 6,9 milhões de reais após 12 meses — uma expansão de impressionantes 842.560%, o que conferiu à empresa a primeira posição na categoria de empresas novatas no ranking Negócios em Expansão 2023. O salto tem a ver com o perfil dos dois prédios em construção pela Alumbra em Itajaí e em Itapema: em média, um apartamento ali custa 1,2 milhão de reais. Para além da ostentação dos arranha-céus, Sales procurou conectar um propósito social: cerca de 2% do valor geral de vendas da Alumbra vai para a construção de casas populares nas cidades onde atua. As prefeituras doam o terreno, e a empresa ergue as habitações — a meta é levantar 250 até 2030. “Quero impactar tanto quem recebe essa casa como doação quanto clientes, corretores e fornecedores”, diz Sales.

A vontade de fazer o bem comum está no cerne da Food To Save, uma plataforma online aberta no ano passado para destinar alimentos perecíveis em supermercados, padarias e restaurantes a consumidores dispostos a pagar menos em alimentos perto da data de vencimento. É um volume e tanto: de acordo com a ONU, perto de 41.000 toneladas de comida em perfeita condição de consumo são jogadas fora todos os anos no Brasil. O jeito da Food To Save de contornar o desperdício é com a conexão a gente de peso, como marcas de fast food com muitas lojas franqueadas, como Havanna e Rei do Mate, além do hortifrúti Natural da Terra e dos gigantes Nestlé e Ambev. A meta para 2023 é evitar o descarte de 1.500 toneladas. “Todos os lados ganham: empresários, usuários e o meio ambiente”, diz o fundador Lucas Infante. O negócio para em pé mediante a cobrança de taxas pelos negócios fechados pela plataforma. Em 2022, a Food To Save faturou 3 milhões de reais, alta de 2.276%.

Algumas das empresas mais bem colocadas na categoria Novatas acabam fazendo o bem de uma maneira mais convencional: ajudando os clientes a reaver recursos parados na enormidade da máquina pública brasileira. É o caso da PX Ativos Judiciais, uma empresa aberta em São Paulo pela advogada Renata Nilsson. O empreendedorismo para ela veio como uma negação a três caminhos óbvios para um profissional das leis no Brasil: montar um escritório, ingressar numa banca aberta por terceiros ou prestar um concurso público. Depois de um tempo atuando para empresas do mercado financeiro, Renata descobriu o mercado de antecipação de créditos judiciais de gente com dinheiro para receber em ações civis, trabalhistas e em precatórios. Sob a supervisão de advogados hábeis na cobrança, o capital costuma girar mais rápido — e render um bom dinheiro a quem intermedeia as transações. Em 2022, a PX teve receita de 2,3 milhões de reais, alta de 334% em 12 meses. O resultado decorre do foco escolhido por Nilsson: causas de até 10 milhões de reais, consideradas pequenas demais para as bancas tradicionais. “Era comum a esse credor esperar anos para receber o que era de direito ou, então, aceitar um acordo que raramente beneficiava a pessoa ou o advogado dela”, diz Nilsson. “Com a concessão de crédito, nós conseguimos mudar esse cenário e entregar uma solução mais segura e assertiva.” A PX já atendeu mais de 3.000 credores. No longo prazo, a expectativa é comprar até 300 milhões de reais de crédito por ano.

O caso da paulistana Axxen também envolve a recuperação de dinheiro, mas de outra sorte. A consultoria é especializada no planejamento tributário para empresas com desconfiança de estarem pagando impostos em excesso. “Queremos trazer esse dinheiro de volta para a economia”, diz o sócio Vitor Leal. Em um ano e meio de atividade, a Axxen já mapeou 300 milhões de reais em tributos passíveis de algum tipo de reembolso. O foco do negócio, que já tem representantes em 12 estados, são pequenas e médias empresas sem orçamento para uma análise contábil detalhada. A remuneração vem de comissões para cada real pago em impostos e recuperados pelo time. O modelo rendeu a Leal e outros quatro sócios, todos amigos de Três Rios, no interior fluminense, a receita de 2 milhões de reais em 2022, salto de 1.860% em 12 meses. O avanço da reforma tributária, na visão de Leal, vai trazer ainda mais negócios. “Novas leis costumam gerar confusão no início, e tudo isso abre mais possibilidades de crescimento.”

Veja a lista completa das empresas selecionadas para o ranking, nas seguintes categorias:


(Publicidade/Exame)

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