Revista Exame

No encalço dos faria limers

A Yuool lança versões customizadas de seus tênis de lá para startups do condado. A meta: faturar 20 milhões de reais

Divulgação /

Divulgação /

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2020 às 05h30.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 14h32.

A surrada expressão “vestir a camisa da empresa” foi atualizada. Pelo menos para a Yuool. Criada em 2017 por ex-sócios da XP Investimentos, a marca confecciona tênis felpudos que caíram nas graças dos faria limers, a turma que trabalha nas corretoras e fintechs dos Jardins e do Itaim, na capital paulista. O sucesso da grife no condado foi instantâneo. No ano passado, passou a produzir versões customi­zadas para empresas. São destinadas, sobretudo, aos funcionários, na esperança de que todos calcem com orgulho o tênis da firma.

A ideia partiu de Florian Hagenbuch, um dos fundadores da Loft. Fã da Yuool, ele procurou a marca para propor uma versão com as cores e o logotipo de sua startup, que revende imóveis depois de reformá-los. Proposta aceita, arrematou 400 pares para os empregados. De lá para cá, outras dez companhias procuraram a grife com o mesmo propósito, entre elas a fintech Warren e a gestora Verde Asset. “Algumas empresas querem presentear os funcionários, outras agradar aos clientes”, conta Eduardo Glitz, CEO e um dos quatro fundadores da Yuool. Aos interessados: descontos, a partir de 15%, só para quem encomendar pelo menos 50 pares. Para o consumidor final são 349 ­reais na versão mais em conta.

O material principal, a lã de ovelhas da raça merino, favorece a ventilação dos pés no calor e os mantém aquecidos no frio. A inspiração vem da californiana Allbird, cujos tênis viraram os queridinhos da turma do Vale do Silício. A bem da verdade, a meta de Glitz e seus sócios, Pedro Englert, Marcelo Maisonnave e Mateus Schaumloffel, era trazer a Allbird para o Brasil. Como não teve conversa, criaram a própria grife. É um dos negócios nos quais o quarteto apostou depois de vender suas cotas da XP — e de se comprometer, por contrato, a cumprir quarentena no setor financeiro.

Ao customizar versões para empresas, a Yuool vai na contramão da Patagonia, também da Califórnia. A marca de vestuário ganhou fama por confeccionar coletes com o logotipo de startups do Vale do Silício e corretoras americanas de Wall Street. Desde o ano passado, porém, faz uma seleção mais rigorosa na hora de aceitar encomendas de clientes corporativos e quer priorizar empresas comprometidas com o ambiente.

Com os calçados personalizados, a Yuool pretende faturar neste ano 20 milhões de reais. Em 2018, entraram em caixa 2 milhões, metade do investimento inicial. Naquele ano foram vendidos 7.400 pares, mais que o triplo do esperado. Em 2019, o faturamento saltou para 7 milhões. Número de vendas atualizado para março: 33.000. A marca chegou a abrir uma loja no Shop­ping JK Iguatemi, em São Paulo, entre dezembro e janeiro, e outra no Iguatemi de Campinas. Hoje, só pelo site. Por motivos óbvios.

Acompanhe tudo sobre:Empresassao-pauloTênis (calçado)

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025