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Consultoria concluiu que, de agosto para cá, ficou mais comum o bitcoin se valorizar quando o S&P 500 sobe, e perder valor quando o contrário acontece.

Cotações de moedas virtuais em fevereiro: elas ainda oscilam muito, mas um padrão começa a surgir | SeongJoon Cho/Getty Images /

Cotações de moedas virtuais em fevereiro: elas ainda oscilam muito, mas um padrão começa a surgir | SeongJoon Cho/Getty Images /

DR

Da Redação

Publicado em 29 de março de 2018 às 06h01.

Última atualização em 1 de agosto de 2018 às 15h48.

O valor da moeda virtual bitcoin tem oscilado violentamente, mas, há pouco mais de seis meses, os altos e baixos começaram a seguir um padrão. A consultoria americana Datatrek comparou o desempenho do bitcoin com o da bolsa americana e concluiu que, de agosto para cá, ficou mais comum a moeda se valorizar quando o S&P 500 sobe, e perder valor quando o contrário acontece. O motivo, segundo a Datatrek, é o fato de mais investidores enxergarem o bitcoin como parte de seu portfólio de aplicação e, por isso, repetirem com ele o que fazem com outros ativos de risco, como as ações. Ou seja, se estão otimistas com a economia, tendem a aplicar mais na bolsa e em bitcoins; quando ficam pessimistas, fogem do risco vendendo ações e também a moeda virtual. “Isso faz com que haja uma ligação com o desempenho de investimentos mais tradicionais”, diz Nicholas Colas, fundador da consultoria. Mas atenção: não dá para afirmar que essa correlação se manterá para sempre, especialmente em momentos considerados atípicos no mercado. Foi, aliás, o que se viu em mea-dos de março, quando as ações americanas tiveram sua pior semana desde o mini-crash de fevereiro por causa de medidas protecionistas impostas pelo presidente Donald Trump nos Estados Unidos — o bitcoin, enquanto isso, subiu mais de 1%. A explicação é que os movimentos do bitcoin ainda respondem muito mais às notícias sobre a regulação das moedas virtuais do que a outros fatores do mercado.


PARA LEMBRAR

CYRELA

O resultado da incorporadora Cyrela no quarto trimestre de 2017 surpreendeu os analistas. As vendas cresceram 15%; e o lucro, 57%. Como tem um endividamento baixo, a Cyrela decidiu distribuir dividendos extraordinários de 200 milhões de reais. A empresa, que ainda precisa desovar um estoque de imóveis prontos, teve prejuízo de 95 milhões de reais no ano, mas a recuperação no trimestre animou os analistas — metade dos que cobrem a empresa sugere a compra das ações.


ATENÇÃO

CÂMBIO

A maioria dos analistas está otimista com a bolsa brasileira, mas é melhor ter cautela com as ações de empresas que podem sofrer com a volatilidade do real. Um estudo do banco UBS, que analisou o câmbio nas eleições de 2006, 2010 e 2014, mostra que o vaivém aumentou a partir de abril e atingiu o pico em outubro. Se isso se repetir, algumas ações devem sofrer. Para o UBS, uma das mais prejudicadas deve ser a CSN, já que metade da receita e 40% dos custos da siderúrgica estão atrelados ao dólar.


AÇÕES

NADA COMO ESCÂNDALO

Escritório do Facebook em Berlim: a maioria dos analistas recomenda comprar as ações da empresa | Bernd von Jutrczenka/DPA/AP Images/Glow Images

As ações do Facebook caíram 14% em dez dias, desde a revelação que a consultoria Cambridge Analytica, que trabalhou para a campanha de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, teve acesso a dados de 50 milhões de usuários da rede social sem que eles soubessem. Mas, até agora, o escândalo não alterou a opinião dos analistas. Segundo a empresa de informações financeiras Thomsom Reuters, 40 dos 44 analistas que acompanham a companhia recomendam comprar suas ações (especialmente agora que ficaram mais baratas). Para eles, o Facebook pode até perder usuários e anunciantes, mas não a ponto de reduzir drasticamente suas receitas — pelo menos, não no curto prazo. Junto com o Google, a empresa domina o mercado de publicidade online — nos Estados Unidos, concentra 20% dos anúncios na internet —, e esse poder de mercado deve continuar atraindo anunciantes, segundo os analistas.


BOLSA

INDENIZAÇÕES MILIONÁRIAS

B3: o investidor tem direito a até 120 000 reais se a corretora falhar | Cris Faga/Fox Press Photo/Folhaprerss

Um grupo de investidores recebeu 2,7 milhões de reais de um fundo da B3, a bolsa brasileira, no ano passado. O valor cobriu prejuízos que esses investidores tiveram em razão de problemas ocorridos com corretoras e assessores financeiros — como ordens de compra e venda de ações que não foram processadas corretamente. O fundo, chamado de Mecanismo de Ressarcimento de Prejuízo, é abastecido com recursos transferidos pelas próprias corretoras. Hoje, tem um patrimônio de 378 milhões de reais. A indenização máxima por investidor é de 120 000 reais. 


APOSENTADORIA

PASSADO MEDÍOCRE, FUTURO PREOCUPANTE

Investir em planos de previdência privada, do tipo PGBL e VGBL, tem exigido certa dose de coragem. Os planos voltaram a render mais do que o CDI nos últimos dois anos, mas apenas na média. De acordo com uma pesquisa da consultoria Prevue, especializada em previdência privada, cerca de 40% desses produtos não conseguiram superar essa marca em 2016 e 2017 — o que significa que perderam dos conservadores fundos DI. Outro dado preocupante da pesquisa da Prevue: apesar da queda dos juros, os planos de previdência têm aumentado a parcela do patrimônio aplicada em títulos públicos, que hoje chegam a 90% do total. Os papéis de renda fixa privada correspondem a outros 9%, e as ações respondem por apenas 1% do patrimônio. “Com a queda dos juros, os investidores, em geral, têm aumentado suas aplicações de maior risco. Isso precisa acontecer na previdência privada também”, afirma Geraldo Magela, sócio-diretor da Prevue.

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