Fundo Amazônia: Reino Unido prevê a assinatura de mais acordos com o Brasil (Andre Dib/Pulsar)
Rodrigo Caetano
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 05h30.
No início de setembro, o Banco Central do Brasil (BC) realizou um evento online para apresentar sua nova política de sustentabilidade. Pelas ilustres presenças que deram o ar da graça, a ocasião pareceu ser bem importante. O primeiro a falar foi Larry Fink, CEO da BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, seguido por Mark Carney, ex-presidente do Banco da Inglaterra, e Roberto Campos Neto, presidente do BC. “O meio ambiente afeta as principais áreas de atuação do BC: política monetária e estabilidade financeira”, disse Neto na live. As empresas do futuro estão aqui. Conheça os melhores investimentos em ESG na EXAME Research
A exibição do BC é apenas um exemplo de como a agenda climática, antes relegada ao Ministério do Meio Ambiente (MME), vem atraindo outras pastas. O Ministério da Economia também tem se interessado por assuntos ecológicos, ainda que, em grande medida, o discurso do governo esteja baseado na ultrapassada lógica de “preservar ou desenvolver”.
O maior protagonismo da equipe de Paulo Guedes na agenda ambiental pode ser comprovado pelas conversas que o ministério mantém com o setor privado. Walter Schalka, presidente da Suzano, tem tratado com a pasta temas como mercado de carbono e transição energética, assim como Ricardo Mussa, presidente da Raízen. O BC, por sua vez, já tomou atitudes concretas: incluiu o conceito de risco climático nos testes de estresse dos bancos e de critérios de sustentabilidade na gestão das reservas internacionais.
Na formação de seu primeiro ministério, o presidente Jair Bolsonaro pensou em acabar com o MME. Talvez ele nem precise.