Casa à venda na Flórida: estado tem queda de preços após boom na pandemia (Getty Images)
Repórter de internacional e economia
Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h00.
Última atualização em 28 de outubro de 2025 às 08h49.
Comprar uma casa na Flórida está mais barato. O preço médio das residências caiu 5% nos últimos 12 meses, segundo dados da Zillow, um dos principais sites de imóveis do país.
A baixa traz duas mensagens. Uma é que adquirir imóveis no estado, que tem cerca de 300.000 moradores de origem brasileira, ficou mais fácil. Ao mesmo tempo, a diminuição de preço pode sinalizar um esfriamento na economia americana. No país todo, os preços dos imóveis andaram de lado no último ano, com alta de 0,2%.
A Flórida teve um boom imobiliário nos últimos anos. Entre 2020 e 2022, o preço médio das residências passou de 256.000 para 392.000 dólares. O estado atraiu muita gente de outras regiões na busca por moradias maiores e mais baratas e pelo trabalho de casa.
“Na pandemia, as pessoas pagaram pelos imóveis mais do que eles valiam por causa da alta demanda. Hoje, o mercado está se ajustando”, diz Lucio Santana, CEO da Royal Mortgage USA, empresa de financiamento imobiliário de Orlando.
Ele considera que o ajuste é necessário, pois agora os imóveis estão com valores mais próximos da realidade, e isso faz com que mais pessoas possam comprar. “Quando o preço sobe muito, muita gente não se qualifica [para financiamento] pela comprovação de renda”, diz.
As razões para a queda de preços, no entanto, são várias. À medida que as empresas passaram a exigir a volta aos escritórios em outros estados, a Flórida perdeu vantagem. Além disso, a alta da taxa de juro, que o Fed adotou para conter a inflação, dificultou os financiamentos imobiliários.
Para completar o cenário ruim, uma série de fortes furacões atingiu a Flórida nos últimos anos, o que aumentou o preço dos seguros residenciais, e o crescimento da perseguição aos imigrantes tem efeito ainda mais pronunciado em um estado onde cerca de 30% dos moradores têm origem latina, segundo o censo.
O estado, um dos mais visitados pelos brasileiros nos EUA, é afetado ao mesmo tempo por várias das principais questões do país, que batem cada vez mais à porta de quem mora ou quer investir lá.