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Guerras da Ucrânia e no Oriente Médio: 2025 traz uma janela para a paz nos conflitos

Novo presidente dos EUA promete agir rápido para resolver conflitos logo após tomar posse, em janeiro

Guerra na Ucrânia: ativistas pedem libertação de soldados presos em Mariupol (Global Images Ukraine/Getty Images)

Guerra na Ucrânia: ativistas pedem libertação de soldados presos em Mariupol (Global Images Ukraine/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 19 de dezembro de 2024 às 09h20.

Como quase tudo na vida, as guerras são mais fáceis de começar do que de terminar. No entanto, neste início de 2025, há uma janela para a paz — ou algo próximo disso — em dois dos principais conflitos atuais: a guerra na Ucrânia e o conflito entre Israel e o Hamas.

A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos é uma das razões. O republicano prometeu resolver os dois conflitos assim que tomar posse, sem detalhar como. Após a derrota eleitoral, o presidente Joe Biden intensificou esforços nos meses finais de mandato e conseguiu uma vitória parcial: um cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, que atua no Líbano. O acordo foi anunciado no fim de novembro, e Biden disse que busca tratado similar entre Israel e o Hamas (não realizado até o fechamento desta edição).

Os israelenses invadiram Gaza em outubro de 2023, após um ataque terrorista do Hamas, e, mais de um ano de conflito e milhares de mortes depois, não conseguiram resgatar todos os reféns levados pelos palestinos. Ao anunciar o cessar-fogo, o premiê Benjamin Netanyahu disse que uma das razões para a pausa era a necessidade de seu Exército de descanso e de tempo para repor seu arsenal.

Guerras longas demandam bilhões de dólares e soldados dispostos a arriscar a vida. Em Israel, o apoio vem diminuindo. Uma pesquisa feita em novembro pelo Canal 12 mostrou que 69% dos israelenses avaliam que é mais importante um acordo para trazer os reféns do que continuar a guerra.

Ucrânia depende do Ocidente

Na Ucrânia, a situação é mais complexa: além de motivar seus cidadãos, o presidente ­Volodymyr Zelensky precisa que os Estados Unidos e a Europa continuem enviando dinheiro e armas de ponta. Com Trump, não está claro se a ajuda militar será mantida, o que pode forçar a Ucrânia a aceitar um acordo.

Para Wolfgang Ischinger, ex-embaixador da Alemanha nos EUA e presidente do conselho da Conferência de Segurança de Munique (MSC), há uma boa chance de que o conflito armado na Ucrânia se encerre no ano que vem e de que os debates sobre os limites territoriais fiquem para depois.

“Mesmo que a Ucrânia precise aceitar perdas dolorosas de territórios, isso pode ser colocado em uma linguagem que deixe aberta a questão legal”, diz. Esse tipo de arranjo resolveria um impasse: assim, nem Rússia nem Ucrânia teriam de lidar com a vergonha de uma derrota completa e poderiam dizer que tiveram conquistas. Afinal, nem presidentes nem soldados querem voltar para casa com a imagem de perdedores.

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