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A moda "Peaky Blinders" e o entretenimento a favor da estética fashion

A série Peaky Blinders ressuscita peças da alfaiataria mais clássica. É uma contradição apenas aparente com as tendências do momento

Coleção da Oficina Reserva, lançada em agosto: parceria com a Endemol para recriar o ambiente do seriado (Divulgação/Divulgação)

Coleção da Oficina Reserva, lançada em agosto: parceria com a Endemol para recriar o ambiente do seriado (Divulgação/Divulgação)

Ivan Padilla

Ivan Padilla

Publicado em 18 de agosto de 2022 às 06h00.

De tempos em tempos um filme ou uma série influencia o jeito como nos vestimos no dia a dia. As duas versões de O Grande Gatsby, de 1974 e 2013, levaram o Oscar de Melhor Figurino ao recriar a atmosfera dos anos 1920, sendo a última com peças da Prada e da Miu Miu. Bonequinha de Luxo, de 1961, Sex and the City, de 1998, e O Diabo Veste Prada, de 2006, ajudaram a definir, em cada época, a moda feminina. O Gambito da Rainha, ambientado nos anos 1960, transformou a atriz Anya Taylor-Jo em ícone fashion.

A referência da vez parece ser Peaky Blinders, em sua última temporada na Netflix. Desde Mad Men uma série não trazia tanta inspiração para a moda masculina.

No enredo, a família Shelby lidera uma organização criminosa chamada Peaky Blinders, em Birmingham, na Inglaterra, na década de 1920. Para enfrentar o tempo frio e úmido os gângsteres da ficção usam ternos de três peças e sobretudos de lã. O bando existiu e se destacava pelo estilo impecável.

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Os chapéus, por sua vez, popularmente chamados de baker boy caps, eram normalmente usados pela classe trabalhadora e foi uma forma de marcar diferença em relação às classes mais abastadas. As cores das peças são sóbrias, entre o cinza, o azul-marinho e o preto, e a concessão às estampas não fogem de um discreto xadrez ou uma padronagem espinha de peixe.

 O sucesso de Mad Men levou a uma parceria para o lançamento de peças inspiradas na série com a marca Banana Republic. Da mesma forma, a inglesa Kent & Curwen, do ex-jogador de futebol David Beckham, apresentou uma linha com base nos looks da família Shelby.

Uma coleção oficial de Peaky Blinders está sendo lançada agora no Brasil pela Oficina Reserva — marca do grupo AR&Co conhecida por reinventar os clássicos do guarda-roupa masculino ­—, em uma associação com a produtora Endemol.

Nas araras das lojas selecionadas da Oficina Reserva para esta edição limitada estão calças, paletós, coletes, casacos, camisas e boinas. O item mais barato é a gravata, a 300 reais. Já o trench coat sai por 3.600 reais.

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“A Endemol, produtora da série, viu em nossa marca autoridade para essa associação”, afirma Gabriel Zandomênico, CEO e cofundador da Oficina Reserva. “Fazemos um básico sofisticado, mas nascemos da alfaiataria. Essa é a nossa origem.”

 As recentes semanas de moda masculina têm mostrado uma volta à simplicidade e um resgate do conforto, principalmente pelas formas mais amplas. É uma contradição apenas aparente com a formalidade dos Peaky Blinders. As modelagens das calças e paletós são bastante soltas, como dita a tendência atual. A proposta é combiná-los com peças mais esportivas, como camisetas e sneakers.

E vamos combinar: nada pode ser mais simples do que uma boa peça tradicional, daquelas que se usavam um século atrás.   

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