Revista Exame

Sob nova direção, Theatro Municipal busca soluções para enfrentar crise

O choque de gestão de Alessandra Costa, executiva à frente do Theatro Municipal de São Paulo, um dos maiores centros culturais do país

Fachada do Theatro Municipal de São Paulo: arte de Daniela Thomas e Felipe Hirsch e apelo a empresários (Divulgação/Divulgação)

Fachada do Theatro Municipal de São Paulo: arte de Daniela Thomas e Felipe Hirsch e apelo a empresários (Divulgação/Divulgação)

G

GabrielJusto

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 05h55.

Última atualização em 24 de setembro de 2021 às 10h22.

Sob nova direção desde o mês passado, o Theatro Municipal de São Paulo teve de ser minucioso para enfrentar uma das piores crises de seus 110 anos de história. O complexo cultural tem uma receita garantida de 10 milhões de reais encaminhados pela prefeitura paulistana todos os meses. Até a pandemia, o restante do orçamento mensal de cerca de 12 milhões de reais vinha da bilheteria cobrada sobre as peças em cartaz no espaço.

Com as medidas de isolamento social e o fechamento completo do palco por 12 meses, o complexo ficou com as contas no vermelho. Para piorar, o orçamento é engessado: os seis corpos artísticos do Municipal empregam mais de 270 profissionais impedidos de trabalhar durante a pandemia. E o prédio, tombado em todas as instâncias, também não poderia ficar sem manutenção. “Como é um serviço muito especializado, esses corpos não podem ser encolhidos e aumentados de acordo com a demanda de apresentações. Não faria sentido. E não posso economizar em bombeiros ou na qualidade da programação”, diz Alessandra Costa, diretora executiva da Sustenidos, uma organização social designada para gerir o local. 

Ainda operando com 30% da capacidade e sem previsão de quando a receita de bilheteria voltará ao potencial máximo, Costa atuou em várias frentes para acertar as contas da instituição, que, além do repasse municipal e da bilheteria, depende de captação de recursos para fechar no azul.

Como gere outros contratos além do Municipal, a Sustenidos passou a dividir os postos de liderança entre eles, além de manter o home office de boa parte da mão de obra para economizar. Em outra frente, a da arrecadação, Costa apostou na criatividade. 

Uma ideia tirada do papel foi reativar a cobrança pelo estacionamento no Praça das Artes, uma estrutura de cultura anexa ao Municipal frequentada por muitos funcionários públicos de repartições próximas. Em paralelo, Costa está retomando contato com empresas em busca de patrocínio para as temporadas de ópera apresentadas por ali. Nos últimos anos, empresários sumiram do espaço em razão das mudanças constantes na gestão e das denúncias de irregularidades no uso de dinheiro público em gestões passadas.

O trunfo do Municipal nessas tratativas é a Fantasmagoria, um misto de espetáculo, exposição e tour guiado com intervenções de artistas convidados. Tudo isso assinado por Daniela Thomas e Felipe Hirsch, dois expoentes da produção audiovisual contemporânea brasileira. O espetáculo de Costa, ao que tudo indica, começou bem.  

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCulturasao-pauloTeatro

Mais de Revista Exame

Negócios em Expansão 2024: 62 empresas que cresceram na categoria 2 a 5 milhões; veja ranking

Sucesso de bilheteria: como a A24 se tornou a produtora queridinha de Hollywood

TikTok, Taylor Swift, poder feminino: conheça Jody Gerson, CEO da Universal Music Publishing Group

Do vôlei para o mundo dos negócios: a sacada do ex-atleta Tande para o empreendedorismo

Mais na Exame