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Entrega mais rápida

Ao levar estoques para mais perto dos pontos de venda, a Nestlé reduziu o tempo de entrega dos produtos de até 26 dias para 48 horas

Fábrica da Nestlé: a pandemia acelerou mudança na logística  (Germano Lüders/Exame)

Fábrica da Nestlé: a pandemia acelerou mudança na logística (Germano Lüders/Exame)

Maior empresa de alimentos e bebidas do mundo, a suíça Nestlé tem seus produtos presentes em 99% dos lares no Brasil, segundo um levantamento da consultoria Kantar. Os caminhões que transportam os artigos da Nestlé no país percorrem anualmente 77 milhões de quilômetros, quase 2.000 voltas ao redor da Terra.

Esses números dão uma ideia do desafio de abastecer cada um dos 5.570 municípios brasileiros. A dificuldade é maior com as cargas fracionadas, aquelas com volume insuficiente para encher um caminhão.

Nesse caso, para viabilizar o transporte, é preciso juntar cargas de diversos clientes no mesmo veículo, que vai parando em vários lugares até cumprir o itinerário. Com isso, nos casos extremos, alguns clientes esperavam até 26 dias para receber os produtos encomendados à Nestlé.

Veio a pandemia do coronavírus, e a Nestlé decidiu pôr em prática um novo plano de logística para evitar o desabastecimento: usar a capilaridade de seus distribuidores autorizados, chamados de brokers, para atender mais rapidamente os pontos de venda.

Na prática, a Nestlé mapeou todo o fluxo de entregas para transferir parte dos estoques de seus três centros de distribuição (dois no estado de São Paulo e um na Bahia) para os depósitos dos 63 brokers espalhados por todos os estados. Com o estoque mais perto dos clientes, o tempo de entrega caiu para até 48 horas em qualquer lugar do país.

“O maior custo que temos é o de não vender, quando não entregamos a tempo um produto que o consumidor foi procurar na gôndola”, diz Marcelo Nascimento, vice-presidente de supply chain da Nestlé. “Já vínhamos estudando como nos tornar mais ágeis, e a pandemia acelerou a mudança.”

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