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NotreDame Intermédica é uma empresa em fase de crescimento

Enquanto muitos planos de saúde perdem clientes, a NOTREDAME INTERMÉDICA dobrou de tamanho nos últimos três anos

Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica: 3,6 milhões de clientes e faturamento de 1,6 bilhão de dólares (Germano Lüders/Exame)

Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica: 3,6 milhões de clientes e faturamento de 1,6 bilhão de dólares (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h14.

Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 23h00.

Com a crise econômica e o aumento do desemprego, os planos de saúde perderam 3 milhões de clientes no Brasil nos últimos três anos — 281 000 deles só no ano passado. Mas há outro jeito de enxergar esses números. Hoje, apenas 24% da população tem um plano de saúde privado no Brasil, ante 67% nos Estados Unidos. Por aqui, a adesão a planos odontológicos é de apenas 12%, ante 66% entre os americanos. Para quem consegue ver o lado positivo das coisas, esses números significam oportunidade de crescimento. “O setor de saúde privado no Brasil é um dos mais pujantes do mundo”, diz Irlau Machado, presidente do Grupo NotreDame Intermédica, de São Paulo. Apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor, a empresa vem nadando de braçada. O número de clientes da NotreDame Intermédica subiu de 1,7 milhão, em 2015, para 3,6 milhões, neste ano. Em 2017, a empresa faturou 1,6 bilhão de dólares, 25% mais do que no ano anterior. Seu lucro foi de 119 milhões de dólares, o que significou um retorno de 25% sobre o patrimônio líquido.

Mas, ao mesmo tempo que sobram oportunidades, não faltam problemas na saúde pública e privada do Brasil. Um deles é a inflação médica — a variação dos custos médico-hospitalares. “Ela vem registrando índices bem acima da inflação — cerca de 14% ao ano na última década. Isso é fruto da introdução de novas tecnologias e medicamentos, do envelhecimento da população e do abuso no uso dos planos”, diz Machado.

Para driblar os altos custos, a NotreDame Intermédica adota um modelo de atendimento verticalizado baseado em rede própria. São 67 clínicas, 18 hospitais e 23 prontos-socorros localizados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos três anos, a empresa, que desde 2014 é controlada pelo fundo americano Bain Capital, adquiriu nove hospitais e os ativos dos planos de saúde Santamália e Unimed ABC. A mais recente aquisição — do grupo Samed, operadora de plano de saúde do interior paulista — ocorreu em junho deste ano, dois meses depois de a NotreDame Intermédica abrir o capital na bolsa de valores, levantando cerca de 2,7 bilhões de reais. Com os investimentos em rede própria, a empresa conseguiu reduzir 25% dos custos por consulta e 33% das despesas por admissão hospitalar.

Com foco em clientes corporativos (só 3% dos planos são individuais), a NotreDame Intermédica prioriza uma clientela mais jovem. Enquanto em outros planos de saúde a média de clientes com mais de 60 anos é de 13%, na NotreDame Intermédica  os idosos não passam de 5%.

Outra estratégia para reduzir custos e melhorar o atendimento é investir em prevenção. Ao todo, são dez centros de medicina preventiva que acompanham de perto pacientes com doenças crônicas, como problemas renais e diabetes. A medida já ajudou a reduzir 45% do número de partos prematuros. A empresa mantém também um acordo com o Hospital Albert Einstein para que uma junta médica avalie todos os pedidos de cirurgia de coluna. Resultado: 60% dos procedimentos não têm indicação cirúrgica. “Para controlar os custos, somos criteriosos na hora de entender as necessidades de nossos clientes, como um pedido de cirurgia, por exemplo”, diz Machado. Segundo a NotreDame Intermédica, cada real investido em medidas preventivas tem evitado 6,28 reais em despesas médicas. “Quanto mais saudável o cliente, menor o custo”, diz Machado. “No modelo de remuneração por serviço, uma empresa acaba ganhando mais com a doença do que com a prevenção. Nós fazemos justamente o contrário.”

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