Revista Exame

Conheça os Negócios em Expansão na categoria de R$ 30 milhões a 150 milhões

Conheça a Opus, uma startup de Belo Horizonte dedicada a levar tecnologia ao canteiro de obras

 (Cyla Costa/Exame)

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LB

Leo Branco

Publicado em 22 de julho de 2022 às 06h00.

Última atualização em 15 de agosto de 2022 às 16h39.

O empreendedor mineiro Felipe Ventura conseguiu a proe­za de multiplicar por cinco a receita de sua empresa em 2021. O mais importante: a guinada começou com o negócio vendendo 26 milhões de reais, um patamar já bem grandinho para comportar saltos dessa magnitude. Ventura é fundador da Opus, uma startup de Belo Horizonte dedicada a levar tecnologia ao canteiro de obras.

O produto da Opus é um módulo feito com chapas de aço no piso e no teto, e uma mistura de cimento e madeira nas laterais. Isolada, a peça abriga um comércio simples. Montada em blocos, feito peças de Lego, a tecnologia permite erguer construções como refeitórios ou estruturas administrativas de grandes obras num curto espaço de tempo — e sem muita sujeirada. 

Aberta há quatro anos, a Opus nadou de braçada na pujança da construção civil nos últimos dois anos. Em meio à quarentena, e à demanda de pessoas e empresas por construções maiores, com mais espaço para o isolamento social, o setor praticamente não parou. Construtoras, mineradoras e empresas de logística bateram à porta da Opus para erguer estruturas temporárias com rapidez. Um módulo fica pronto em questão de dias na fábrica da Opus, inaugurada recentemente em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. “A construção modular ficou ainda mais importante na pandemia porque é feita num ambiente controlado, dentro da fábrica”, diz Ventura. “Ela permitiu reduzir o vaivém no canteiro e, de quebra, o risco de contágios na obra.”

Depois de ter uma receita operacional de 130 milhões de reais em 2021, alta de 401% sobre 2020, o plano da Opus é vender módulos de residências a incorporadoras dispostas a ganhar escala. “Queremos levar o fordismo para a construção civil”, diz Ventura, cujo ideal é replicar no Brasil o modelo de outro gigante do automobilismo, a japonesa Toyota. Em seu país de origem, a montadora é dona da Toyota Home, construtora de moradias populares feitas com tecnologia modular.

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À frente dos negócios com maior expansão de receitas na faixa de 30 milhões a 150 milhões de reais estão empreendedores com faro aguçado para ocupar o terreno de concorrentes. Vide o exemplo do paulista Fabricio Kameyama, fundador do provedor de internet Weclix, de Ribeirão Preto. Com carreira no setor de autopeças, Kameyama empreendeu em 2017 ao reunir investidores de family offices num objetivo urgente no interior do Brasil: melhorar a velocidade da banda larga.

O primeiro passo foi montar um time também vindo de grandes empresas e com sonhos grandes. “A tecnologia de fibra óptica é commodity”, diz Kameyama. “Nosso diferencial foi trazer executivos do mercado para uma governança forte e com serviços de ponta.” Os primeiros clientes vieram após investimentos para cabear fibra óptica em boa parte de Ribeirão e cidades vizinhas. A partir de 2020, já com receitas recorrentes, a estratégia foi expandir a abrangência via aquisições. De lá para cá foram 12 negócios. Hoje, o sinal da Weclix está em boa parte do interior paulista, Vale do Paraíba e Triângulo Mineiro. Tudo isso fez a empresa faturar 115 milhões de reais no ano passado, 254% acima de 2020.

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(Leandro Fonseca/Exame)

A oferta de produtos e serviços para empresas castigadas pela pandemia explica o bom momento de duas das empresas com maior crescimento na faixa de 30 milhões a 150 milhões de reais. É o caso da Rise Retail, uma consultoria de São Paulo dedicada a tecnologias para atrair clientes ao varejo. Por ali, um time multidisciplinar, que inclui engenheiros, especialistas em logística e designers, bola soluções personalizadas para grandes clientes, como ­Ambev, P&G, Johnson & Johnson e Havaianas.

A digitalização “na marra” do comércio para fazer frente ao isolamento social colaborou para a Rise ter receita de 50 milhões de reais no ano passado, alta de 230% sobre 2020. “Aumentar venda e reduzir custo virou questão de sobrevivência para nossos clientes em 2021”, diz Frederico Gontijo, CEO da Rise Retail.

A busca por eficiência motivou o salto de 173% nas vendas da paranaense Bonö Fotovoltaico, que faturou 80 milhões de reais em 2021. O foco da Bonö é instalar painéis para a geração de energia solar em fazendas, indústrias e autarquias assoladas pela escalada nos preços da energia. No comando da Bonö está o empreendedor Marcelo Abuhamad, que em 2016 largou um e-commerce de produtos de TI para concentrar esforços em energias renováveis. De lá para cá, Abuhamad conquistou uma chancela importante: a fabricante de motores catarinense WEG tem indicado a Bonö a grandes projetos de infraestrutura. “É um ótimo cartão de visitas”, diz. 

Mudanças profundas no comportamento dos brasileiros, acentuadas pela crise sanitária, também explicam a composição do ranking. A fintech paulistana Celcoin, provedora de tecnologias para conectar instituições financeiras, ampliou em 78% a receita em 2021, para 60 milhões de reais. A adoção maciça do Pix proliferou a demanda pela Celcoin, especializada em tecnologia open banking. “Saímos de 129 clientes em dezembro de 2020 para mais de 200 agora”, diz o CEO Marcelo França.

A contratação online de profissionais como psicólogos, nutricionistas ou professores de ginástica, quase impensáveis antes da pandemia e que virou rotina de lá para cá, acelerou o negócio do Get­Ninjas. A startup aberta em 2011 começou com um aplicativo para facilitar a busca por profissionais de serviços gerais, como pedreiros e faxineiras.

No ano passado, a empresa de São Paulo faturou 62 milhões de reais, 49% acima de 2020. Com a queda abrupta na demanda por reformas domésticas na pandemia, o jeito por ali foi expandir o rol de serviços de 200 para 500 nos últimos dois anos. Do ano passado para cá, a demanda pelos profissionais de serviços gerais voltou a bombar, conta o fundador e CEO Eduardo L’Hotellier. “Muitos serviços foram postergados de 2020 para 2021”, diz ele.

(Arte/Exame)

 

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