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O negócio dele transforma moscas em comida de pet — e atraiu 37 investidores

O carioca Bruno Multedo é sócio da Lets Fly, uma empresa aberta em 2019 que acaba de levantar 4 milhões de reais com a promessa de fazer um bom uso da proteína de larvas

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Multedo, da Lets Fly: modelo de negócios pautado em economia circular, regenerativo e sustentável (Divulgação/Divulgação)

Multedo, da Lets Fly: modelo de negócios pautado em economia circular, regenerativo e sustentável (Divulgação/Divulgação)

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Leo Branco

Publicado em 21 de julho de 2022, 15h01.

O empreendedor carioca Bruno Multedo aposta na propriedade nutricional de uma mosca presente no mundo todo, e cuja proteína poderia alimentar facilmente os quase 8 bilhões de seres humanos.

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Multedo é fundador da Lets Fly, uma empresa de tecnologia com uma forte pegada ESG e que acabou de levantar 4 milhões de reais numa rodada com 37 investidores pessoa física, num esquema family and friends.  

O que faz a Lets Fly

O negócio da Lets Fly é transformar lixo orgânico, como frutas e verduras desperdiçadas, em fermento para a criação de larvas da mosca soldado negra, também conhecida pela sigla BSF (do inglês Black Soldier Fly).

O potencial da BSF vem sendo pesquisado a fundo nos últimos anos. Além de serem inofensivas, nem carregarem pestes ou vírus prejudiciais à saúde humana, as BSFs têm uma cartilagem com altíssima concentração de proteínas. 

No mundo, startups de biotecnologia como a britânica AgriProtein, a francesa InnovaFeed e a holandesa Protix também apostam no mesmo bichinho como matéria-prima para rações à pets, como cães, gatos e peixes ornamentais.

No modelo de negócio da Lets Fly, do total de larvas cultivadas, 10% viram novas moscas — uma faixa considerada adequada para manter os níveis populacionais da BSF.

A grande maioria é abatida antes mesmo de virar mosca com a finalidade de virar alimento de animais domésticos.

Hoje em dia, a dieta de pets depende do processamento das mesmas fontes de proteínas presentes no cardápio dos humanos, como carnes bovina, suína ou de aves. 

Tudo isso pressiona cadeias produtivas inteiras e, na essência, esgota mais rápido os recursos naturais da Terra. "Queremos mudar tudo isso", diz Multedo. 

“Somos um exemplo de modelo de negócios germinado na economia circular e que atuará ativamente na construção do futuro que queremos, mais regenerativo e sustentável.” 

Quem são os sócios

Administrador com passagem por Brascan, Rede D'Or e Yduqs (ex-Estácio), Multedo abriu a Lets Fly em maio de 2019 com o sócio Marcos Rangel, um advogado de formação que há 15 anos largou o Direito para fundar a VideVerde, empresa pioneira no Rio de Janeiro no segmento de compostagem de alimentos orgânicos. 

Entre os sócios também está o biólogo Diego Padrón, que trabalha com a produção de BSF há mais de 10 anos na Ásia, África e Europa. Hoje é responsável pelo desenvolvimento da produção. 

Completam o time de sócios a engenheira química Carolina Delarue e a cientista ambiental Marcelle Alcoforado.

As larvas da Lets Fly são criadas num terreno no município de Cachoeiras de Macacu, a 75 quilômetros do Rio, onde está o canteiro de compostagem também utilizado pela VideVerde. 

Do volume total aportado, 2,7 milhões de reais serão utilizados na construção de uma fábrica para o beneficiamento das larvas produzidas pela Lets Fly.

O restante será destinado aos custos e despesas da companhia pelos próximos 18 meses, prazo estimado pelos sócios para obter o registro do estabelecimento no Ministério da Agricultura e, assim, iniciar a venda das larvas.

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