EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2011 às 12h36.
O empresário Josué Christiano Gomes da Silva, principal acionista da Coteminas, passou os últimos dias nos Estados Unidos visitando unidades industriais da Springs Global, conglomerado têxtil resultante da fusão entre sua empresa e a americana Springs.
Desde que a união entre as duas companhias foi concretizada, no final do ano passado, Silva tem passado mais tempo no exterior que no Brasil, para observar de perto o andamento dos negócios de uma gigante que detém 7% do mercado mundial de artigos para cama, mesa e banho. "Com a fusão, conquistamos uma forte base industrial no mercado externo", diz o empresário. "Essa base é fundamental para consolidar nosso processo de internacionalização."
No estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG), a Coteminas foi classificada como "fast follower", segmento em que foram incluídas empresas que estão prestes a se tornarem desafiantes globais. De acordo com a pesquisa, um dos caminhos percorridos por companhias candidatas a ocupar o posto de desafiantes globais é justamente investir em aquisições no mercado internacional. E isso a Coteminas tem feito como poucos.
Em 2004, por decisão do próprio Josué da Silva, a Coteminas traçou um plano que previa aumentar de formar dramática sua participação mundial. A empresa começou testando o mercado argentino, ao comprar, por US$ 20 milhões, uma fábrica de fios de algodão para toalhas na cidade de La Banda.
Depois do bom desempenho no Mercosul, seguiram-se investimentos em unidades fabris e centros de distribuição no México, nos Estados Unidos e no Canadá. Embora nesse período a Coteminas tenha investido em aquisições no Brasil, o mercado interno perdeu importância. Em 2003, 40% das receitas da Coteminas vinham do exterior. "Hoje, 80% do total do faturamento do grupo são originados por negócios realizados no mercado internacional", afirma Silva. No ano passado, as receitas da Coteminas totalizaram 580 milhões de dólares.
De acordo com a pesquisa da BCG, as empresas que estão em vias de se tornarem desafiantes globais caracterizam-se por investir na globalização de marcas locais.
Com a fusão, a Coteminas poderá explorar no mercado internacional as marcas controladas pela Springs, especialmente a Springsmaid, atualmente conhecida apenas nos Estados Unidos, lançando-a em países emergentes. Não à toa, o novo objetivo de Josué Silva é o Oriente. "Ainda neste ano deveremos abrir duas fábricas na região", afirma.
Cinco países concorrem para receber instalações da Coteminas no segundo semestre: China, Índia, Turquia, Paquistão e Egito. Segundo Silva, para que as duas plantas industriais comecem a funcionar, serão necessários investimentos de 200 milhões de dólares. Depois da Ásia, a nova prioridade é o continente europeu. A empresa tem um acordo de distribuição com a portuguesa Coelima, mas considera necessário novos investimentos na região.