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Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 16h15.
Há três anos, a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) tomou uma decisão na contramão da maioria das empresas -- aumentou seus custos. Resolveu adotar redes elétricas protegidas, com fios encapados, um sistema mais caro que os fios descobertos.
Seu uso reduz a necessidade da poda de árvores na área urbana, diminui o risco de acidentes e garante a estabilidade do fornecimento de energia. Com a medida foram preservadas palmeiras-imperiais e outras árvores centenárias de Recife, sede da companhia.
A decisão é emblemática da política de responsabilidade social da Celpe, centrada nas questões ambientais e na educação para o uso da energia elétrica. (O estímulo à utilização racional de produtos e serviços é uma tendência mundial -- vai das embalagens recicláveis às campanhas de moderação do uso do álcool encampadas pela indústria de bebidas.)
Mais de 1 000 quilômetros de redes protegidas foram instaladas nos últimos três anos em diferentes áreas do estado. A Celpe, privatizada há quatro anos, criou uma unidade de meio ambiente que, além de realizar estudos de preservação em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, promove ações de conscientização nas comunidades e treinamento de funcionários próprios e terceirizados em novas tecnologias ambientais.
Seu raio de ação vai da distribuição de cartilhas que ensinam estudantes a valorizar a fauna e a flora pernambucanas à aplicação de técnicas de prevenção de danos ambientais na termelétrica de Tubarão, em Fernando de Noronha, o que resultou na concessão do certificado ISO 14001 à unidade.
A jóia das ações sociais da Celpe são as chamadas comunidades especiais, áreas de baixo poder aquisitivo onde a empresa atua na formação de valores éticos, consciência ambiental e organização social. Mais de 80 000 famílias são beneficiadas pelo projeto Celpe nas Comunidades Especiais, mas esse número deve aumentar no próximo ano, quando será triplicado o atual investimento de 600 000 reais.
O trabalho educativo, a geração de renda e as doações a ONGs beneficiam a comunidade e também geram saldo positivo para a empresa. Afinal, é nessas comunidades que ocorre o maior número de ligações elétricas clandestinas e um alto índice de inadimplência.