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Como a Staples tornou bilingue sua equipe no Brasil

A varejista de artigos para escritório Staples e o desafio de planejar o ensino de idiomas da equipe

Sede da Staples em São Paulo: todos os funcionários são estimulados a aprender e a praticar o espanhol durante o expediente (Germano Lüders / EXAME)

Sede da Staples em São Paulo: todos os funcionários são estimulados a aprender e a praticar o espanhol durante o expediente (Germano Lüders / EXAME)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2015 às 18h26.

Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 19h37.

São Paulo - Em janeiro de 2015, a diretoria da multinacional de artigos para escritório Staples na América Latina revisou a política de benefícios dos funcionários. Conclusão: o investimento em cursos de inglês tinha alto custo e não trazia retorno.

Apenas 30% dos funcionários recebiam aulas na empresa 2 horas por semana, mas não praticavam a língua durante o expediente. Com dois escritórios, um em São Paulo e outro em Buenos Aires, os diretores da varejista se deram conta de que fazia mais sentido os funcionários estudarem espanhol no Brasil e português na Argentina.

“Percebemos que as equipes não estavam preparadas”, diz Alexandre Fleury, diretor de RH da Staples para a América Latina. A companhia, com sede nos Estados Unidos, decidiu ampliar o benefício para todos os 348 funcionários que trabalham no Brasil e na Argentina. Fechou uma parceria com a ferramenta online gratuita de ensino de idiomas Duolingo, startup americana com sede em Pittsburgh.

Segundo um estudo da Universidade da Cidade de Nova York e da Universidade da Carolina do Sul, 34 horas de exercícios de espanhol no Duolingo equivalem a um semestre de estudos do idioma em sala de aula. Veja como foi a mudança no escritório brasileiro, que opera online desde 2004 e prepara a abertura de sua primeira loja física neste ano.

1. Informação para todos

A empresa divulgou mensagens em espanhol na intranet, em e-mails, em cartazes e nas televisões internas convidando os funcionários a aprender a língua. Nas primeiras semanas, os líderes de equipes usaram camisetas com as logomarcas da campanha e explicaram como o aplicativo e o site Duolingo funcionam.

2. Regras claras

Os diretores definiram regras para quem quisesse estudar durante o expediente. Criou-se uma sala específica para isso. O horário é a primeira ou a última hora do expediente ou 15 minutos antes e depois do almoço. A maioria optou por estudar no trajeto para o escritório, por celular ou tablet.

3. Jogos e prêmios

Os mais engajados, com 15 horas de estudo, ganharam tablets e notebooks. Em quatro meses, o primeiro colocado ganhou uma viagem a Buenos Aires. A empresa também estimulou jogos, como colar papéis com o nome de objetos no escritório — muitos deles, produtos vendidos pela companhia.

4. Prática no trabalho

Nos encontros pessoais e em reuniões via conferência com colegas do país vizinho, os funcionários são estimulados a falar na língua do outro. Muitos tomaram a atitude proativamente. Deixaram, por exemplo, de escrever em português os e-mails para os argentinos — agora arriscam utilizar o espanhol.

5. Resultado

A empresa obteve 98% de economia: o único investimento foi em computadores e prêmios. O benefício atingiu mais pessoas: 75% do quadro, ante 30% na versão anterior. Em quatro meses, 70% dos funcionários usaram a ferramenta por, no mínimo, 1 hora por semana.
A média de uso foi de 2 horas.

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