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Da Redação
Publicado em 26 de março de 2020 às 05h43.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2021 às 14h56.
A farmacêutica brasileira GreenCare já comercializa no Brasil seis produtos, entre medicamentos e cosméticos, à base de canabinoides, substâncias ativas da planta Cannabis sativa, a maconha. Algumas formulações incluem o princípio ativo canabidiol isolado e outras o mesclam com o tetra-hidrocanabinol, responsável pelos efeitos psicoativos da planta. Os produtos têm sido receitados para epilepsia, dor crônica, ansiedade e autismo.
Até o final do ano, podem ser acrescentadas indicações para mal de Parkinson e estresse pós-traumático. Com participação de 35% no segmento de medicamentos, a GreenCare vê muito espaço para o crescimento do mercado depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizar, em dezembro, a venda desse tipo de remédio nas farmácias. Enquanto esse negócio cresce, a empresa está lançando outro tipo de produto que tem potencial para atingir um número muito maior de consumidores: alimentos com sementes de Cannabis. Aviso: essas sementes não são cultiváveis. In natura ou torradas, podem ser acrescentadas a preparações da mesma maneira que a linhaça, por exemplo. Moídas, estão entrando no shake de proteínas da GreenCare, parte de uma linha chamada Happy. “Em todo o mundo, as sementes estão ganhando fama como superalimento”, diz Martim Prado Mattos, ex-diretor financeiro da Hypera Pharma.
O executivo fundou a GreenCare em 2017, junto com os amigos Marcelo Marco Antonio, da família que criou o Hospital São Luiz, e Fábio Furtado, um dos fundadores da fabricante de peças automotivas Grid.
As sementes são ricas em gorduras poli-insaturadas, como ômega 3 e ômega 6, que ajudam a baixar o colesterol, vitaminas e sais minerais. Têm gosto parecido com o de amêndoas. Desde sua fundação, a GreenCare recebeu investimentos de 70 milhões de dólares, principalmente de amigos e conhecidos dos fundadores que acreditam no potencial de expansão dos produtos de canabinoides conforme o estigma em relação à planta for superado. Pela dificuldade de controle, a GreenCare é contra a cultura de Cannabis sativa no Brasil. Por ora, terceiriza a fabricação no Canadá, mas está estudando outros fornecedores.