Revista Exame

Destaque no setor de saúde, Sabin tem alma feminina

Com 77% do quadro de funcionários formado por mulheres, a rede brasiliense Sabin expande os negócios enquanto amplia as ações sociais

Lídia Abdalla, presidente executiva do Sabin: orientações sobre saúde e exames gratuitos para comunidades (Cristiano Mariz/Exame)

Lídia Abdalla, presidente executiva do Sabin: orientações sobre saúde e exames gratuitos para comunidades (Cristiano Mariz/Exame)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2018 às 05h04.

Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 11h03.

Aos poucos, o mundo parece cada vez mais governado pelas mulheres. Bem, pelo menos no mundo da rede de medicina diagnóstica Sabin. Hoje, de seus quase 4.300 funcionários, 77% são mulheres. No início da década, elas eram 72%. Não é por acaso que a companhia destoa do mar de empresas majoritariamente masculinas. Ela foi fundada por duas mulheres, as biomédicas Janete Vaz e Sandra Soares Costa, e é signatária dos Sete Princípios do Empoderamento Feminino, da ONU Mulheres — que, entre outras coisas, propõe “promover a igualdade através de iniciativas e defesa comunitária”.

Na prática, isso inclui medidas como não usar nem apoiar o uso de critérios discriminatórios em processos de recrutamento. “Somos uma empresa de alma feminina e que valoriza a diversidade”, afirma Lídia Abdalla, presidente executiva do Sabin. “Isso traz inovação, criatividade e vantagem competitiva para o negócio.” Nascido em Brasília há 34 anos, o Sabin faturou 830 milhões de reais em 2017 e tem mais de 200 unidades espalhadas pelo país.

Além do poder simbólico da composição feminina de sua força de trabalho, o Sabin faz um esforço para que possa impactar socialmente em sua área de atuação. Para isso criou o Instituto Sabin, que desde 2005 desenvolve as ações sociais da empresa, incluindo eventos comunitários de orientações gerais de saúde e realização gratuita de exames, como de glicose e hipertensão. “Além de médicos da rede pública de saúde, os funcionários também participam. O dia vira um evento muito divertido, especialmente para as crianças”, diz Lídia. 

O instituto criou ludotecas, espaços infantojuvenis dentro de hospitais e delegacias, projetados para o uso de assistentes sociais que trabalham com vítimas de abuso sexual. O Sabin estima que, em 2017, mais de 170.000 pessoas tenham sido impactadas por suas ações.

Na área ambiental, o Sabin começa a colher os frutos de sua nova sede, inaugurada em 2016. O prédio, em Brasília, foi construído de modo a permitir o uso eficiente de recursos naturais. Painéis solares auxiliam na captação de energia, e elevadores, aparelhos de ar-condicionado e de iluminação desligam automaticamente quando não utilizados. A economia no consumo de energia elétrica foi de 15%. Além disso, o edifício é revestido de vidro, permitindo melhor aproveitamento da iluminação natural. Para compensar a absorção de calor e aumentar a umidade relativa do ar, o telhado recebeu uma cobertura verde. Um sistema capta e trata a água da chuva, reduzindo seu consumo. O prédio foi certificado com o selo verde Leed Gold, do Green Building Council.


O PRIMEIRO PASSO É DEIXAR A CASA EM ORDEM

Operadora nacional dos planos de saúde Unimed, a CNU investe em programas de impacto social entre seus funcionários para garantir melhorias no atendimento aos pacientes | Leonardo Ribeiro

Toda empresa do setor de saúde tem o potencial de gerar impacto social com suas atividades. Ciente disso, a Central Nacional Unimed, ou CNU — operadora nacional dos planos de saúde Unimed, responsável pela comercialização de assistência médica empresarial —, busca desenvolver ações que promovam o bem-estar de todos os seus públicos de relacionamento, a começar dentro de casa. “Nossos funcionários são os primeiros a serem engajados e impactados por nossas ações”, diz Alexandre Ruschi, presidente da CNU.

Por isso, a empresa mantém um programa de incentivo constante à prevenção de doenças crônicas e sedentarismo entre seus funcionários. No ano passado, por exemplo, desenvolveu ações para estimular funcionários com IMC (índice de massa corporal) acima do recomendado a adotar novos hábitos de saúde e alimentação. Foram realizados quatro encontros, envolvendo 10% dos funcionários.

Na frente ambiental, a CNU realiza o monitoramento para assegurar que os funcionários pratiquem o consumo consciente de água e energia com ações de reaproveitamento de resíduos e sua destinação correta. A empresa prioriza a compra de papéis provenientes de manejo sustentável de florestas. Do total de resíduos gerados no ano passado, 21 toneladas foram direcionadas à reciclagem, evitando emissões de gases por não haver decomposição do lixo.

Com a casa em ordem, a CNU estende suas práticas de responsabilidade social aos clientes. Eles contam com programas preventivos para identificar aqueles com risco de desenvolver doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, diabetes ou complicações respiratórias crônicas. A empresa criou também o Núcleo de Apoio ao Paciente, que acompanha pessoas internadas por longos períodos. E, como os pacientes que mais usam seus serviços são idosos, a CNU lançou o Unimed Ativa, programa com foco na promoção da qualidade de vida desse público. Em um espaço na zona leste de São Paulo, pessoas acima de 60 anos participam de oficinas, aulas de dança, ginástica e bailes. Outro centro similar deve ser inaugurado em Salvador ainda neste ano.

A CNU patrocina também um curso de cuidadores de idosos, capacitando profissionais para atender esse público. O curso, aberto a qualquer interessado, formou mais de 500 cuidadores até agora e tem a meta de formar outros 800 até o fim do ano. “Um plano de saúde não deve ser usado somente quando uma pessoa fica doente”, diz Ruschi. “Nossas ações têm o objetivo de gerar melhorias e bem-estar como um complemento à assistência clínica.”


MAIS EFICIÊNCIA E MAIS VOLUNTARIADO

Enquanto melhora seus indicadores de desempenho operacional, o Grupo Fleury incentiva funcionários a atuarcomo voluntários em projetos que promovam o bem-estar de comunidades | Lucas Vasconcellos

O Grupo Fleury, uma das maiores empresas de medicina e saúde do Brasil, continua crescendo em ritmo acelerado. Em 2017 inaugurou 30 unidades de atendimento de diferentes marcas e chegou ao fim do ano com 168 unidades, distribuídas em seis estados e no Distrito Federal. Do total de 300 milhões de reais que o grupo investiu no ano passado, quase 62% foram para seu plano de expansão, que prevê a abertura de cerca de 90 unidades até 2021. E o melhor é que a ampliação da rede vem ocorrendo sem prejuízo dos indicadores de eficiência operacional. De acordo com a empresa, o tempo de abertura de novas unidades em 2017 caiu 75% em relação ao ano anterior. O custo médio de obras por metro quadrado diminuiu 14%.

Se os negócios estão em rápida expansão, o Fleury não se descuida também de um dos pilares de sua política de sustentabilidade: contribuir com programas sociais que promovam a saúde nas regiões em que atua. No ano passado, a empresa investiu pouco mais de 900.000 reais em iniciativas de realização voluntária de exames de imagens e análises clínicas.

Essas ações, somadas aos demais programas sociais que ocorreram ao longo de 2017, contaram com 4.369 participações voluntárias dos empregados — 5% mais do que a meta prevista — e beneficiaram 12.200 pessoas em diversas regiões do país.- Para arregimentar mais voluntários e mensurar os resultados, o Fleury criou o portal de voluntariado — em 2017, mais de 1.000 pessoas se inscreveram pela plataforma. A ferramenta permite que, de maneira independente, os voluntários cadastrem projetos e, com isso, convidem outros inscritos a participar das ações.

Entre os projetos em andamento estão o Voluntários do Sertão, que, em parceria com a ONG de mesmo nome, promove assistência social para comunidades como Irecê, na Bahia. Lá, foram prestados 4.000 atendimentos médicos nas áreas de assistência alimentar, análises clínicas, exames de mamografia, ultrassonografia e outras. Para a população ribeirinha do Rio Negro, no Amazonas, voluntários apoiaram o programa com análise parasitológica da água na comunidade.

Já em Catimbau, em Pernambuco, foi realizado um mutirão de saúde pediátrica. Juntas, essas iniciativas nas regiões Norte e Nordeste realizaram mais de 6.500 exames. “Sustentabilidade e voluntariado têm tudo a ver com os valores do Fleury”, afirma Daniel Marques Périgo, gerente sênior de sustentabilidade e segurança ocupacional da empresa. “Essas ações são a forma que achamos para, além dos nossos pacientes diretos, levar bem-estar a outras comunidades.”


CADA UM FAZENDO A PARTE QUE LHE CABE

Com o uso de combustíveis menos poluentes e de bicicletas em serviços de entrega de exames, o Hospital Albert Einstein dá sua contribuição para mitigar as emissões de gases de efeito estufa | Lucas Vasconcellos

Por sua natureza, um hospital está longe de ser um dos maiores emissores de gases poluentes responsáveis pelo aquecimento global. Ainda assim, o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, iniciou no ano passado um trabalho com seus fornecedores para diminuir a emissão de gases de efeito estufa. De acordo com o médico Sidney Klajner, presidente do hospital, as questões relacionadas à mitigação das emissões de gases de efeito estufa, bem como as ações para a adaptação às mudanças climáticas, são estratégicas e fazem parte da agenda ambiental e do plano diretor de sustentabilidade do Einstein. “O setor de saúde é diretamente afetado pelo aquecimento global, seja pelo aumento de doenças tropicais, seja por fenômenos climáticos extremos”, diz Klajner.

Entre as iniciativas implantadas pelo hospital para diminuir sua pegada de carbono está o uso de veículos abastecidos preferencialmente com etanol ou com gás natural veicular (GNV). Para colocar isso em prática, o hospital passou a incluir essa exigência nos contratos com prestadores de serviços. Hoje, dos 35 veículos utilizados no transporte de material biológico do Einstein, 80% são abastecidos exclusivamente com etanol e outros 15% com GNV. O etanol é também o principal combustível de 90% da frota usada para o transporte de pessoas. Só com essas ações o Einstein deixou de emitir 30 toneladas de CO2 na atmosfera em 2017.

Dentro do programa Transporte de Baixo Carbono, outra iniciativa é o Bike -Courier, serviço que usa bicicletas para a entrega de documentos, como laudos médicos e resultados. O Bike Courier funciona com uma logística que atende uma região na qual seja possível otimizar a quantidade de entregas. Diariamente, em média, são feitas 125 entregas. Em 2017, desse total, 28% foram feitos com bicicletas. Com essa iniciativa, o hospital deixa de lançar na atmosfera 4,2 toneladas de carbono por ano. O próximo passo do Einstein é investir em veículos elétricos e híbridos na operação, além de ampliar 15% a quantidade de entregas com bikes.

Em outra frente de atuação, o Einstein está apostando cada vez mais em energia de baixo impacto ambiental. No ano passado, iniciou a troca de 17.100 lâmpadas convencionais por LED, instalou painéis para geração de energia solar em sua unidade no Morumbi e substituiu bombas de vácuo — usadas em alguns procedimentos cirúrgicos — por equipamentos mais modernos e de menor consumo energético. As três medidas proporcionarão uma redução de 2.135 megawatts-hora ao ano na compra de energia, o que corresponde a 4% do consumo anual.


EM BUSCA DE EFICIÊNCIA —DENTRO OU FORA DO HOSPITAL

Com a filosofia de evitar desperdícios, o Hospital Sírio-Libanês procura melhorar os processos internos e aplicar o mesmo princípio em suas ações para impactar as comunidades | Leonardo Ribeiro

Como um hospital lida com a saúde das pessoas, seria um contrassenso não promover iniciativas em defesa do meio ambiente. Afinal, a má qualidade do ar e da água, a contaminação por rejeitos e outros problemas ambientais geram problemas de saúde na população, segundo Paulo Chapchap, presidente do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. “O hospital é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos. Seu objetivo, assim, é o impacto social, não o lucro.”

Nessa linha de raciocínio, o Sírio-Libanês tem projetos consolidados para descarte de resíduos e redução do consumo de água e energia. No ano passado, investiu 1,3 milhão de reais no processo de descarte correto do lixo comum e hospitalar. Também em 2017 gerou 3.185 toneladas de resíduos, 4% menos do que em 2016, incluindo material contaminado. Desde o ano passado, o recolhimento de resíduos hospitalares e roupas sujas no principal prédio do Sírio-Libanês, no bairro paulistano Bela Vista, passou a ser feito por transporte pneumático, sistema que evita o contato humano com os resíduos, diminuindo o risco de contaminação.

Embora o Sírio-Libanês tenha ampliado suas instalações no ano passado, o consumo de água se manteve estável e o de energia elétrica diminuiu. O prédio da instituição na Bela Vista possui o selo verde Leed Gold, do Green Building Council. “Nossa meta é o uso eficaz dos recursos para evitar desperdícios e cumprir o objetivo de atender o número máximo possível de pacientes”, afirma Chapchap. O Sírio-Libanês usa em sua gestão a metodologia Lean (enxuta), que é aplicada também em suas iniciativas sociais, como o Abrace seu Bairro — desde sua criação, em 2001, o programa beneficiou 65.000 moradores de comunidades da Bela Vista com ações nas áreas de saúde, educação, esporte, cultura, qualificação profissional e qualidade de vida.

No ano passado, o Sírio-Libanês passou a integrar o Proadi-SUS, programa criado pelo Ministério da Saúde para que hospitais de excelência contribuam para a melhoria do sistema público de saúde. No caso do Sírio-Libanês, o objetivo é aplicar a metodologia Lean para agilizar o atendimento de urgência e emergência da população que utiliza o SUS, por meio da melhoria da capacidade operacional e da reorganização dos recursos e do pessoal disponíveis nos hospitais. O Sírio-Libanês está presente hoje em dez prontos-socorros e tem planos de chegar a 20 nos próximos dois anos. “Mesmo unidades particulares que atendem pelo SUS foram beneficiadas e conseguem atender melhor às emergências com a aplicação da metodologia Lean”, diz Chapchap.

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