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A CEO de banco que troca o terno pelas luvas de boxe no tempo livre

Fernanda Ribeiro, presidente da Conta Black, começou a lutar boxe depois de um burnout

Fernanda Ribeiro: rotina diária  começa às 5h30 com meditação, leitura, alongamento — e boxe em horários alternativos  (Leandro Fonseca/Exame)

Fernanda Ribeiro: rotina diária começa às 5h30 com meditação, leitura, alongamento — e boxe em horários alternativos (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 06h00.

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Ingressar no boxe foi uma escolha que colocou nos eixos a mente de Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, e trouxe equilíbrio entre uma rotina de trabalho intensa e a saúde física e mental. “A princípio me interessei pelo boxe por ser um esporte capaz de desestressar. Mas acabei gostando no final. Além de exigir muita coordenação motora, oferece um momento de relaxamento e foco total, o que ajuda a me desligar do trabalho. Como envolve coordenação motora de pé, braço, tudo ao mesmo tempo, você fica concentrada 100% na luta”, explica a executiva, que pratica o esporte uma vez por semana com uma professora particular.

Sempre envolvida com esportes, Ribeiro experimentou diversas atividades ao longo de sua vida. “A musculação sempre fez parte da minha rotina e por um tempo pratiquei natação por não saber nadar. Na adolescência eu jogava handebol e futebol, por influência do meu pai, que joga até hoje com os amigos”, conta.

Foi durante um período de burnout que Ribeiro percebeu a necessidade de buscar novas formas de movimentar o corpo e cuidar da saúde mental. “Uma das coisas que escolhi para o processo de transição de carreira foi também olhar para o corpo.”

Antes de fundar, em 2017, a Conta Black, banco digital voltado para a democratização dos serviços bancários para pessoas negras e periféricas, ao lado do marido e sócio, Sérgio All, Ribeiro trabalhava como C-level em uma companhia aérea. “Fiquei um ano até pedir demissão e, nesse período, comecei a olhar para outras coisas”, lembra. Durante essa fase, o esporte de combate entrou em sua vida. “Depois da pandemia, pensei em fazer uma aula de boxe experimental e acabei gostando. Logo em seguida comecei a fazer aulas com um professor particular.”

A escolha por aulas particulares deve-se aos horários inusuais que Ribeiro mantém. “Eu faço tudo em horários muito alternativos. Tenho o meu ‘almoço do terror’, que é o meu treino de musculação na hora do almoço. É um compromisso que eu tenho comigo. Já o boxe é um momento de descontração, de pensar em outras coisas. Como o esporte envolve vários movimentos ao mesmo tempo, você acaba levando isso para o dia a dia.”

Ela também destaca a importância de liderar pelo exemplo, incentivando sua equipe a cuidar da saúde. “Questiono se os nossos colaboradores estão fazendo exercícios físicos e terapia. É um pessoal jovem, mas preguiçoso”, brinca.

A rotina de Ribeiro é intensa. Seu despertador toca às 5h30 da manhã. “Acordo cedo para poder ter mais tempo para mim. Faço meditação, leitura, alongamentos e tomo café com calma”, conta. O dia a dia na Conta Black é intenso. A base de clientes hoje é de 60.000 correntistas, em sua maioria pessoas negras e empreendedoras. O faturamento da financeira cresceu 30% em 2023.

Para aqueles que desejam começar no boxe, Ribeiro compartilha algumas dicas. “A primeira delas é colocar isso como obrigação. É um compromisso para mim. A minha agenda é bloqueada no horário das minhas aulas”, diz. A disciplina é crucial. “A rotina pode engolir a gente, então é importante manter a disciplina.” Ribeiro também recomenda buscar atividades prazerosas e procurar profissionais para apoio. “Procure treinadores especializados como apoio. Eu tenho um personal trainer para musculação e uma professora particular para boxe.”

A prática do boxe representa um constante aprendizado para Ribeiro. “Eu achava que tinha muito mais coordenação e sou bem competitiva. Fico brava de não conseguir fazer os movimentos na velocidade de que eu gostaria.” No entanto, essa jornada de aprendizado contínuo é algo que ela valoriza. “É preciso ter recorrência, ­senão não há evolução. Sempre dou um jeito de encaixar meu treino na agenda para não faltar.” Ribeiro diz que ainda não tem planos de lutar em um ringue. Competitiva, sim. Mas com moderação.

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