Revista Exame

Dados e Ideias | As tendências evoluem

Um estudo mostra que as empresas brasileiras buscam a transformação digital, mas escolhem as ferramentas de forma conservadora demais

Sede da Microsoft, em Redmond, nos Estados Unidos: investimento bilionário da empresa em inteligência artificial | Lindsey Wasson/Reuters

Sede da Microsoft, em Redmond, nos Estados Unidos: investimento bilionário da empresa em inteligência artificial | Lindsey Wasson/Reuters

AJ

André Jankavski

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 05h09.

Última atualização em 26 de setembro de 2019 às 10h16.

A transformação digital tornou-se um mantra em muitas empresas. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, a adoção de tecnologias digitais entre as grandes empresas brasileiras subiu de 63% para 73% de 2016 a 2018. A questão, no entanto, é que muitas delas estão olhando para ferramentas que já estão praticamente consolidadas — ou seja, que já deveriam ser tratadas como uma obrigação, não como inovação.

O Índice de Transformação Digital, criado pela empresa americana Dell Technologies, mostra que a maior parte dos investimentos das empresas locais está indo para tecnologias em nuvem (62%), segurança cibernética (61%) e internet das coisas (57%), áreas consideradas já maduras pela consultoria americana Bain & Company.

A análise realizada pela Bain aponta que essas tecnologias estão próximas do limite de seus impactos, enquanto outras como inteligência artificial, realidade aumentada e blockchain podem promover altos ganhos para as companhias que apostarem nelas. “Não quer dizer que as empresas não devam adotar as tecnologias mais maduras, mas que elas também precisam estar de olho nas ferramentas que podem registrar crescimentos mais acelerados”, diz Lívia Moura, sócia da Bain & Company. Atenta a esse movimento, a Microsoft, por exemplo, anunciou um investimento de 1 bilhão de dólares no OpenAI, centro de inteligência artificial, nos Estados Unidos.

Toque para ampliar.

CONFIANÇA DO CONSUMIDOR

CUIDADO COM O QUE É MEU

Mark Zuckerberg: vazamentos do Facebook geraram questionamentos do Congresso americano | Aaron P. Bernstein/Reuters

O Facebook é o principal exemplo de empresa de tecnologia cuja reputação foi arranhada por não ter protegido os dados de seus usuários. Em 2018, um megavazamento das informações de quem usa a rede social gerou questionamentos até do Congresso americano. Mas qual é a percepção dos brasileiros em relação às empresas que detêm seus dados digitais?  Por aqui, 63% dos usuários estão confiantes de que as companhias cuidam bem de suas informações, segundo um levantamento global da empresa de tecnologia Veritas.

Mas, se essa confiança for traída, o consumidor reagirá. Cerca de 86% dos brasileiros deixariam de comprar produtos dessas companhias e considerariam ir para concorrentes. Os números do Brasil estão acima da média global. No mundo, 62% abandonariam a empresa que não protegeu suas informações pessoais. Além disso, 74% denunciariam um vazamento aos órgãos reguladores de seus respectivos países. “As empresas já entenderam o risco que correm ao não cuidar dos dados de seus clientes e os impactos que podem sofrer”, diz Gustavo Leite, diretor-geral da Veritas no Brasil. 

Toque para ampliar.
Acompanhe tudo sobre:PrivacidadeTecnologia da informação

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025