Protesto de funcionários AT&T em Dallas: os Estados Unidos registraram apenas sete paralisações de trabalhadores em 2017 (LM Otero / AP Photo/AP)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2018 às 05h52.
Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 15h54.
Entre os dados sobre o mercado de trabalho americano divulgados em fevereiro, um deles chama a atenção: a baixíssima quantidade de greves registradas em 2017. Segundo o Escritório de Estatísticas do Trabalho, foram apenas sete paralisações no ano — no país inteiro. É o segundo número mais baixo já registrado. Só fica atrás de 2009, quando ocorreram cinco greves. O curioso é que, até os anos 80, as paralisações eram mais comuns, mas quase desapareceram na última década. Alguns fatores explicam a mudança, como o crescimento do setor de serviços, o surgimento de novos modelos de contratos de trabalho e o enfraquecimento dos sindicatos. Hoje, um em cada dez trabalhadores americanos faz parte de sindicatos. No momento em que o mercado financeiro se preocupa com o aumento dos salários — e os efeitos sobre a inflação e os juros —, a capacidade de negociação salarial é um fator a ser considerado. Em tempo: no Brasil foram 76 greves com mais de 1 000 funcionários em 2016, dado mais recente disponível.
UNIÃO EUROPEIA
UM ANO PARA NEGOCIAR O BREXIT
O dia 29 de março marcará o primeiro ano desde que o Reino Unido apresentou formalmente sua intenção de deixar a União Europeia. Isso significa que os dois lados têm agora pouco mais de 12 meses para chegar a um acordo e definir as novas regras para o comércio e a circulação de pessoas. A negociação ainda está longe de terminar, mas já ficou acertado que cidadãos britânicos ou europeus que vivem do outro lado da fronteira terão seus direitos de residência mantidos. Já a negociação sobre o comércio está mais enroscada. Em fevereiro, o Fundo Monetário Internacional dedicou todo o seu relatório econômico sobre o Reino Unido para tratar dos efeitos do Brexit — nome como o processo de saída é conhecido. Segundo os cálculos do Fundo, um aumento nas tarifas de importação levaria a uma queda de até 1,6 ponto percentual do PIB britânico. Na União Europeia, países como Irlanda, Holanda e Bélgica seriam os mais prejudicados.
AMÉRICA LATINA
O GARGALO PROFISSIONAL
Não é de hoje que os países da América Latina sofrem com o problema da mão de obra de baixa qualificação, mas surpreende que a formação profissional da população pouco progrediu nos últimos anos. Parte do problema tem a ver com a baixa proporção de jovens matriculados em cursos técnicos e profissionalizantes. Um relatório recente da Organização Internacional do Trabalho que traça um panorama do ensino técnico e profissional na região chama a atenção para esse gargalo. Hoje, só 25% dos jovens latino-americanos fazem um curso profissional, quase metade do número registrado nos países da OCDE, o clube das nações ricas (no Brasil, são 19%). O resultado é que, entre todas as regiões do planeta, a América Latina é onde as empresas dizem ter maior dificuldade para preencher vagas de trabalho, mesmo com o alto número de desempregados.