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Agricultura do futuro vai depender da análise de dados

Essa é a opinião de Mike Stern, presidente global da Climate Corporation, unidade digital da Monsanto, e um entusiasta da revolução digital na agricultura

Stern, da Monsanto: a agricultura do futuro vai depender de dados (Divulgação/Exame)

Stern, da Monsanto: a agricultura do futuro vai depender de dados (Divulgação/Exame)

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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 05h55.

Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 09h44.

O americano Mike Stern é um entusiasta da revolução digital na agricultura. À frente da Climate Corporation, subsidiária da multinacional de sementes Monsanto que oferece o Climate FieldView, plataforma digital para análise de dados de lavouras, Stern acredita que, no futuro, o compartilhamento de dados poderá trazer saltos de produtividade no campo. Na entrevista a seguir, o presidente da Climate explica por que a análise de dados pode ser útil especialmente em regiões tropicais como o Brasil.

Qual a vantagem de usar a análise de dados no campo?

Com a tecnologia, os agricultores podem reunir num só lugar os indicadores da propriedade, como o volume produzido na lavoura. O mais importante: os dados agregados de vários produtores podem achar as melhores práticas — e ajudá-los a ter certeza na hora de tomar decisões sobre a lavoura. É um conhecimento em rede.

Como o conhecimento em rede ajudará a agricultura no Brasil?

O agronegócio brasileiro, por estar numa região tropical, sofre bastante com fatores incertos, como condições climáticas e infestações de pragas. É fundamental ter acesso a dados estatísticos nas tomadas de decisão, como os que mostram a melhor data para plantio ou combate a pragas. 

Como garantir a privacidade da informação numa plataforma como a da Monsanto?

É o dono da fazenda que inclui o dado. Ele pode escolher com quem compartilha as informações e quando parar o compartilhamento. A Climate usa só os dados agregados.

Quais são os desafios para a agricultura digital no Brasil?

A conectividade em áreas remotas do país, especialmente nas fronteiras agrícolas da Região Norte. Nos Estados Unidos, os dados são enviados em tempo real da lavoura à nuvem. No Brasil, adaptamos nossa tecnologia para poder operar. Criamos uma função offline para o agricultor que está na lavoura poder inserir os dados no sistema, que posteriormente serão carregados na nuvem quando ele retornar à sede da fazenda, onde normalmente há conexão com a internet.

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