Revista Exame

Dados & Ideias – Economia brasileira pode voltar com tudo em 2020

Os dados do Itaú mostram que a economia brasileira só vai atingir sua plenitude novamente em 2020.

Indústria brasileira: a alta ociosidade mostra que a economia está muito aquém do tamanho potencial (Eduardo Knapp/Folhapress/Exame)

Indústria brasileira: a alta ociosidade mostra que a economia está muito aquém do tamanho potencial (Eduardo Knapp/Folhapress/Exame)

FF

Flávia Furlan

Publicado em 1 de março de 2018 às 05h17.

Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 15h52.

Entre as muitas marcas deixadas pela crise no país, eis mais uma: a economia brasileira está mais distante de seu tamanho potencial desde a década de 60, segundo um estudo do banco Itaú. O pior momento anterior foi em 1992. Os dados consideram estimativas dos valores do produto interno bruto verificado e os do produto potencial. Esse indicador trata do desempenho da atividade econômica que não cria ociosidade nem sofre de falta de capacidade instalada. Em 2013, a economia cresceu 2,9% acima do potencial e, naquela época, eram comuns as filas de caminhões em portos causando prejuízos milionários. Três anos depois, com a forte crise, a economia ficou 5,3% abaixo do potencial, o que reflete a alta ociosidade da indústria e o grande número de desempregados no país. Calcula-se que em 2017 o produto interno bruto poderia ter chegado a 6,9 trilhões de reais, mas, dada a lenta recuperação, as estimativas apontam para uma geração de riqueza realizada de 6,6 trilhões de reais. Os dados do Itaú mostram que a economia só vai atingir sua plenitude novamente em 2020. “Para ser sustentável, o crescimento da economia deve ficar perto de seu potencial”, afirma Artur Passos, economista do Itaú. “E são necessárias reformas para modernizar o país e elevar essa capacidade de crescimento.”

Toque para ampliar

EDUCAÇÃO

PARECE QUE NÃO É PRIORIDADE, MAS É

Sala de aula: o brasileiro quer mais educação | Alexandre Battibugli

Os brasileiros classificam a educação apenas como a sexta prioridade que o governo deve ter. O item está atrás de outros, como melhorar os serviços de saúde, aumentar o salário mínimo e controlar a inflação, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria. O resultado pode dar a impressão de que a educação não está entre as principais preocupações dos cidadãos. Mas não é bem assim. De acordo com uma pesquisa da organização Todos pela Educação, com 3 000 pessoas em todo o território nacional, caso tivesse um aumento de salário, o brasileiro investiria justamente na própria educação ou na de seus filhos. “Os dados indicam que a população não acredita que a situação da educação pública vá se resolver no curto prazo, por isso coloca outras prioridades para o governo”, diz Priscila Cruz,  presidente da Todos pela Educação. “Por outro lado, os brasileiros têm a percepção de que a educação privada é melhor e, se tiverem uma renda maior, vão pagar por um ensino de qualidade.”

Toque para ampliar

POLÍTICA

ELAS NÃO CHEGAM ATÉ LÁ

Um estudo do Movimento Transparência Partidária mostra que 44% dos filiados a partidos políticos brasileiros são mulheres, chegando ao máximo de 55% no Partido da Mulher Brasileira, que tem a participação feminina como foco de atuação. Mas há um abismo entre a filiação e a efetiva eleição de mulheres no Brasil: elas ocupam só 10,7% das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, o terceiro menor índice entre 36 países da América Latina, Caribe e Península Ibérica, segundo um estudo da ONU Mulheres. O Brasil só ganha do Haiti, com 2,5%, e de Belize, com 9,4%. “Há uma legislação que determina que 30% das candidaturas de cada partido sejam de mulheres, o que fez elevar o número de filiadas”, diz Marcelo Issa, fundador do Movimento Transparência Partidária. “Mas muitas dessas candidaturas são de fachada e ainda encontram resistência na direção dos partidos.”

Toque para ampliar
Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraRevista EXAME

Mais de Revista Exame

Aprenda a receber convidados com muito estilo

"Conseguimos equilibrar sustentabilidade e preço", diz CEO da Riachuelo

Direto do forno: as novidades na cena gastronômica

A festa antes da festa: escolha os looks certos para o Réveillon