Rogério Cavalvante, da Umgrauemeio: temos tecnologia e ambiente para mostrar ao mundo como cuidar da natureza (André Noboa/Divulgação)
Repórter
Publicado em 25 de abril de 2024 às 06h00.
Última atualização em 25 de abril de 2024 às 08h18.
Os incêndios florestais são responsáveis por 20% das emissões mundiais de carbono, dado que chamou a atenção de Rogério Cavalcante, um dos fundadores da Umgrauemeio, referência à meta global de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 grau Celsius. Empreendedor serial, em uma conversa descompromissada durante uma viagem de avião em 2016, ele teve acesso aos impactos dos incêndios: uma empresa estava em vias de fechar por não conseguir combater os incêndios em seu canavial. Um ano depois, lançou a startup. “Por meio de pesquisas, vi que nenhum incêndio começa grande e que pode ser apagado em um único pé. O que determina essa possibilidade? A velocidade de detecção”, diz.
A climatech usa câmeras de alta resolução para encontrar focos de incêndio. “Essas câmeras ficam girando 360 graus e detectam qualquer sinal de fumaça em menos de 3 segundos”, afirma. A tecnologia monitora mais de 17,5 milhões de hectares atualmente, entre florestas, áreas nativas e lavouras. Desde o começo, detectou mais de 25.000 focos de incêndio pelo país, evitando a emissão de 18 milhões de toneladas de CO₂ e prejuízos estimados em 100 milhões de reais.
“Temos tecnologia e ambiente para mostrar ao mundo como cuidar da natureza”, diz o CEO, convidado para apresentar a tecnologia em eventos internacionais como a COP e o G20. A Umgrauemeio acaba de receber um aporte de 18,7 milhões de reais, valor que será usado para fomentar a expansão. “De 17,5 milhões de hectares monitorados hoje, queremos chegar a 21 milhões de hectares até o fim do ano”, diz. A startup também pretende iniciar a internacionalização, a partir de Portugal e Estados Unidos. No ano, a expectativa é faturar 23,9 milhões de reais.