Meu pai diz que nós somos mortais, mas as empresas não precisam morrer, elas têm condições de se sustentar e perpetuar”, diz Andrea Kohlrausch (Divulgação/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 06h00.
Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 10h14.
Sete anos. Esse foi o tempo de preparação para a sucessão na Calçados Bibi, fabricante de calçados infantis fundada em Parobé, no Rio Grande do Sul. Em 2022, a empresa completou 73 anos. Uma sucessão bem-feita faz parte de muitas empresas longevas. “Meu pai diz que nós somos mortais, mas as empresas não precisam morrer, elas têm condições de se sustentar e perpetuar”, diz Andrea Kohlrausch, no comando desde 2019.
Fundada em 1949 pelo avô da empresária, a Bibi já passou por duas sucessões. A primeira, sem muito planejamento, foi na década de 1980. Na época, a empresa estava endividada e corria o risco de fechar as portas. Quem assumiu foi o pai de Andrea, Marlin Kohlrausch. Depois de reerguer a companhia, ele decidiu fazer diferente na hora de passar o bastão. “Meu pai assumiu e vivenciou esse processo de maneira mais traumática. Então ele teve a preocupação de fazer uma preparação”, diz.
A Bibi contratou uma consultoria para o processo. A companhia precisou criar um conselho consultivo e um conselho de família, além de um acordo entre os sócios para perpetuar a marca. A sucessora foi escolhida pelo conselho consultivo. Havia quatro candidatos, e os outros três seguiram como diretores. “Foi um trabalho de educação, em que buscamos o consenso. Isso foi fundamental para um processo bem-sucedido”, diz.
No cargo, Andrea focou a inovação: processos fabris mais eficientes, além de novos produtos e ferramentas de venda online ajudaram a empresa a aguentar o tranco da pandemia. A marca possui uma rede de franquias desde 2008. Hoje são 152 unidades. A meta é terminar 2022 com 188 lojas. O faturamento deve bater os 200 milhões de reais neste ano. “Planejamos agora crescer também fora do país”, diz Andrea.
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