Revista Exame

A genética da tacada

Claude Harmon representa a terceira geração dos melhores técnicos de golfe do mundo. O que você pode aprender com ele, dentro e fora dos campos

Claude Harmon: treinador dos jogadores número 1 e 3 do ranking mundial (Foto/Divulgação)

Claude Harmon: treinador dos jogadores número 1 e 3 do ranking mundial (Foto/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 05h24.

Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 06h24.

Se algum dia um cientista quiser investigar se a habilidade para o golfe pode ser genética, a primeira família a ser estudada deveria ser a dos Harmon, dos Estados Unidos. Claude Harmon (1916-1989) foi campeão do Masters de Augusta, um dos torneios mais emblemáticos do golfe mundial, e depois se tornou um dos principais treinadores da modalidade no planeta.

Seu filho, Butch, que acaba de se aposentar aos 76 anos, ocupou o posto do pai de treinador número 1 do golfe mundial. Ele foi o técnico de Tiger Woods de 1993 a 2004, época em que o campeão conquistou os primeiros títulos. Agora quem ostenta o título de melhor treinador de golfe do planeta é Claude Harmon III, filho de Butch, que já acompanhava o pai durante as aulas de Tiger.

Aos 50 anos, Harmon é o técnico dos americanos Brooks Koepka e Dustin Johnson, respectivamente, números 1 e 3 do ranking mundial. Compartilhar treinadores é comum no golfe. Diferentemente de outros esportes, numa partida não há nada que um jogador possa fazer dentro das regras e da etiqueta para influenciar a performance do oponente. É sempre o golfista contra o campo e contra os próprios limites. Além do mais, Koepka e Johnson são amigos.

Harmon esteve pela primeira vez no Brasil no mês passado. Veio acompanhar a final de um torneio para amadores promovido pela Rolex, marca da qual é embaixador, no São Paulo Golf Club. Ele conversou com EXAME VIP e passou algumas lições que valem dentro e fora dos campos.

1) “Koepka e Johnson têm uma habilidade em comum: se eles dão uma tacada ruim, não se abalam e se recuperam no próximo buraco. Não olham para trás, mas também não olham muito para a frente. Concentram-se no momento. Conseguem lidar muito bem com as adversidades, sem se culpar pelos erros. A parte mental do jogo é fundamental.”

2) “Tento achar qual é a falha principal de cada jogador. Quando a gente olha para o movimento, é fácil achar cinco ou seis coisas erradas. Mas eles estarão sempre fazendo uma coisa errada principal. É como comandar uma empresa: você pode achar muitos motivos para a companhia não ter sucesso, mas haverá sempre uma falha maior, que vai causar as outras. É esse o ponto que precisa ser consertado primeiro.”

3) “Boa parte dos erros dos golfistas acontece antes mesmo da batida na bola. São erros nos fundamentos, como a maneira de segurar o taco e de se posicionar. Muitas vezes a gente tem de olhar para a base, para o óbvio primeiro.”

4) “Os grandes campeões são altamente automotivados. Quando eram jovens, ninguém precisava dizer a eles para treinar ou jogar. E são muito competitivos. A maioria é mais afetada pelas falhas do que pelas vitórias.”

Acompanhe tudo sobre:EsportesGolfe

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025