Angela Merkel: a chanceler alemã teve uma atitude corajosa diante das crises europeias (Axel Schmidt / Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2016 às 09h09.
São Paulo — O décimo ano de Angela Merkel à frente da Alemanha foi, sem dúvida, o mais difícil — e aquele em que o mundo teve mais razões para comemorar o fato de que é ela a ocupante da cadeira. Neste ano, tudo indica que o bom senso demonstrado pela chanceler alemã seguirá sendo posto à prova. Para começar, as duas crises gravíssimas que ela encarou em 2015 têm continuidade garantida.
A primeira foi o calote grego, que ressuscitou os temores de que o euro poderia ruir. Merkel dobrou a espinha de Alexis Tsipras, o valentão primeiro-ministro grego, e conduziu com mão firme as negociações entre a União Europeia e a Grécia sobre a dívida do país — mas a situação dos gregos ainda é complicada. A outra grande encrenca do ano foi a crise dos refugiados.
Nesse caso, Merkel tomou sua medida mais controversa, a de abrir as portas da Alemanha, e consequentemente da Europa Ocidental, para os imigrantes que fogem dos conflitos no Oriente Médio e na África. A atitude custou a perda de 20 pontos percentuais de aprovação.
Agora a líder alemã tem de provar que as escolhas do passado foram corretas: que o choque de costumes não vai implodir o continente e que é possível a integração dos imigrantes. Com o terrorismo em alta na Europa e a possível ascensão de partidos xenófobos, Merkel seguirá sob pressão — nada indica que o 11o ano da chanceler de ferro será mais fácil do que o décimo.