Atualmente, quase 30% da área produtiva recebe manejo com bioprodutos (Getty Image/Getty Images)
Repórter de Agro
Publicado em 25 de maio de 2023 às 06h00.
Para praticar a agricultura regenerativa e acompanhar a agenda ESG, o agronegócio precisa equilibrar o uso dos defensivos agrícolas químicos com alternativas biológicas. Nos últimos cinco anos, esses produtos deixaram de ser uma suposta alternativa à proteção de cultivos para se tornarem assunto estratégico entre produtores, indústrias e varejo. Hoje, quase 30% da área produtiva recebe manejo com bioprodutos. Surgiram, especialmente em fazendas com alto rendimento, os mipeiros, em referência ao manejo integrado de pragas (MIP), que após medições cuidadosas da lavoura, por vezes com uso de tecnologia infravermelha, aplicam o produto certo para o ponto exato onde a saúde da plantação precisa de reforço. Podem ser aplicados produtos biológicos e até insetos modificados geneticamente para aplacar uma praga no local. Ao final, gasta-se menos e se produz mais. O movimento não acontece à toa: companhias tradicionais buscam alternativas para a resistência que as doenças de planta criaram aos agrotóxicos. Também as varejistas de insumos estão ampliando o portfólio de biológicos na prateleira, respondendo a uma demanda crescente por parte dos agricultores. Além do quesito ambiental, os benefícios são financeiros. Trata-se de um mercado que deve triplicar até o final da década. Como em outros segmentos do agro, o Brasil está na vanguarda e tem tudo para ser dominante na fabricação e no uso de biológicos.