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Maria Eduarda Cury
Publicado em 24 de setembro de 2020 às 05h49.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 16h21.
No ano passado, mais de 15 milhões de pessoas acompanharam a emocionante vitória do pequeno Toronto Raptors sobre o Golden State Warriors, campeão de dois títulos nos últimos quatro anos, no último jogo da série final da NBA. Foi a primeira vez que um time canadense se sagrou campeão na história da liga americana de basquete.
Pois no mesmo ano mais de 100 milhões de espectadores assistiram à final entre as equipes G2 Esports e FunPlus Phoenix no Worlds 2019, torneio mundial do jogo League of Legends. A edição de 2020 da competição, com início marcado para 25 de setembro, promete ser ainda mais grandiosa. Enquanto os esportes tradicionais, como tênis, basquete e vôlei, têm o reconhecimento do público em geral, um novo cenário esportivo vem ganhando força entre a nova geração. Segundo a consultoria Newzoo, os eSports vão gerar uma receita de mais de 1,1 bilhão de dólares em 2020.
Nesse cenário competitivo, o League of Legends é o mais popular dos esportes eletrônicos. Pode ser comparado, grosso modo, ao analógico futebol — e o Worlds, portanto, a uma Copa do Mundo. Para quem só está acostumado às tradicionais disputas com bola, vale a explicação.
O League of Legends é um jogo de estratégia que reúne duas equipes, com cinco campeões cada uma, que devem destruir a base do time inimigo. A batalha ocorre no mapa de Summoner’s Rift, e o jogador tem quatro rotas para chegar até o outro lado do mapa: rota superior, rota do meio, selva e rota inferior. O jogador pode escolher entre os mais de 140 campeões disponíveis para alcançar a vitória. O Worlds deste ano, que vai até o fim de outubro, será em Xangai, na China.
Assim como a Champions League em Lisboa e a NBA no parque da Disney em Orlando, as partidas se concentrarão em um único lugar, como medida de prevenção à saúde. “Planejamos diferentes cenários com base na situação da pandemia de covid-19, priorizando nossos jogadores, parceiros, times, fãs”, disse à EXAME John Needham, head da divisão global de eSports da Riot Games, empresa que criou e tem os direitos do League of Legends. “Por isso a decisão de organizar o torneio em apenas uma grande cidade, em um ambiente controlado.”
Uma das grandes atrações do Mundial são os shows de abertura, feitos por bandas virtuais. Em 2018 quem se apresentou foi o K/DA, grupo de k-pop formado pelas campeãs Ahri, Evelynn, Akali e Kai’Sa, com a música Pop/Stars — o vídeo tem mais de 41 milhões de visualizações no YouTube. No ano seguinte, foi a vez da banda de hip-hop True Damage, formada pelos campeões Qiyana, Akali, Ekko, Yasuo e Senna.
Para a apresentação musical deste ano, a Riot Games preparou uma performance tecnológica do grupo K/DA, que apresentará uma nova música ao lado de Seraphine, nova campeã introduzida por meio das redes sociais que será adicionada ao jogo. Foi divulgado que a abertura contará com uma tecnologia de realidade virtual em qualidade 32K ao vivo — com equipamentos similares aos usados na série The Mandalorian, da Disney.
A alta audiência global do Worlds tem atraído bons patrocinadores, como a Mastercard. Para a vice-presidente de marketing e comunicação Sarah Buchwitz, o público-alvo de ambas as empresas tem similaridades — especialmente no Brasil. “Por aqui, 60% dos jogadores têm de 17 a 24 anos e são ávidos por tecnologia”, afirmou. Em 2019, a Louis Vuitton criou um porta-troféu para o campeonato e lançou roupas exclusivas para as campeãs Qiyana e Senna, desenhadas pelo diretor artístico da marca, Nicholas Ghesquière. A Nike anunciou para este ano o lançamento de um tênis Air Jordan 1 Zoom, inspirado nos quatro times da liga chinesa LPL que garantiram a vaga para o Worlds. Outras marcas gigantes, como Red Bull, Axe e Spotify, também marcarão presença no campeonato mundial. Seus logos estarão à vista dos espectadores durante a transmissão ao vivo nos canais oficiais da Riot Games no YouTube e na Twitch, que no Brasil acontecerá de madrugada. Quem precisa mesmo de bola?