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Como manter a equipe motivada, segundo Luiza Trajano

Luiza Helena Trajano Inacio Rodrigues, superintendente do Magazine Luiza, conta seus segredos de RH

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2011 às 10h48.

Poucos empresários no Brasil dominam com tanta desenvoltura a arte de motivar funcionários quanto Luiza Helena Trajano Inácio Rodrigues, sócia e superintendente do Magazine Luiza, terceira maior rede de varejo de eletroeletrônicos e móveis do país. Ao longo dos últimos 13 anos, Luiza tem feito da motivação de suas equipes um dos alicerces do crescimento da rede, sediada em Franca, no interior de São Paulo. </p>

Paradoxalmente, quanto mais a empresa cresce, mais difícil fica seu trabalho. Neste ano, o Magazine Luiza abrirá 80 lojas. Em 2003, foram 50. Até dezembro, serão 6 000 funcionários -- um crescimento de 50% em apenas 12 meses. A seguir, Luiza Helena conta como procura alinhar esse exército de vendedores sob a mesma cultura, os mesmos valores e objetivos.

"Existem três alicerces para a motivação de uma equipe -- coração, cabeça e bolso. Se um dos três faltar, o processo se rompe. Coração é a paixão pela empresa. Cabeça é poder participar, poder usar os próprios conhecimentos e ter a chance de adquirir novas competências. É a certeza de que seu trabalho trará desenvolvimento, o próprio e o da empresa. E bolso é o óbvio. O crescimento do negócio tem de ser acompanhado pelo crescimento de seus funcionários.

Parece simples, mas é dificílimo manter esse sistema funcionando. É preciso muita disciplina por parte das lideranças. Quando digo liderança, não estou me referindo apenas a Luiza Helena, mas a cada diretor, a cada gerente, a cada chefe. Todos nós precisamos nos vigiar diariamente para fazer com que isso seja uma prática, e não apenas uma teoria bonita.

Há uma razão objetiva para perseguir isso. Acredito, de verdade, que são as pessoas que diferenciam as empresas. Hoje, tudo está virando commodity. Na prática, qualquer coisa pode ser copiada muito rapidamente. Só uma equipe motivada, que queira fazer negócios de uma maneira cada vez melhor, nos permite sair dessa armadilha.

Dependemos da criatividade dos funcionários. E é preciso permitir que ela aflore. Só conseguiremos isso se as pessoas tiverem certeza de que estão ajudando a construir uma empresa, e não apenas colocando um tijolo no lugar certo. A possibilidade de criar coisas novas e implementá-las é um poderoso estimulante. Faz com que as pessoas se sintam realmente importantes.

Criatividade e temor não combinam. As pessoas que trabalham aqui não podem, por exemplo, ter medo de falar o que pensam. E elas só falarão se tiverem certeza de que os líderes estão preparados para ouvir coisas que muitas vezes vão incomodá-los. É complicado. Estamos acostumados a ouvir apenas aquilo que nos interessa. Só que nem sempre o que nos interessa é a verdade ou vai contribuir para o crescimento da empresa. Saber ouvir, portanto, não é favor nenhum. É uma questão de estratégia."
 

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