Avatar 2 teve US$ 435 milhões de bilheteria na estreia; veja o que achamos do filme
Está pensando em ir ao cinema para assistir 'Avatar: O Caminho da Água'? Veja se vale a pena pagar o ingresso
Luiza Vilela
Publicado em 19 de dezembro de 2022 às 12h16.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2023 às 19h08.
" Avatar: O Caminho da Água " chegou aos cinemas no último dia 15, com uma pressão milionária nas costas: alcançar — de preferência, ultrapassar — seu antecessor em bilheteria. O resultado parece estar indo bem, posto que a estreia mundial do filme já alcançou US$ 435 milhões em bilheteria.
Mas ainda há uma intensa jornada para que o trabalho de James Cameron chegue aos US$ 2,922 bilhões que o primeiro Avatar conquistou, em 2009. E a pergunta que não quer calar é: será que o segundo filme da franquia tem qualidade e enredo bons o suficiente para atingir um novo recorde?
A crítica tem dividido opiniões sobre o roteiro, enredo e qualidade técnica de "Avatar: O Caminho da Água". O longa-metragem segue, no entanto, bem avaliado pelo público geral, com 93% de aprovação no Rotten Tomatoes — site popular de avaliação geral de séries e filmes. Mas será que é bom mesmo?
A EXAME POP assistiu ao filme e te traz uma visão de público comum para saber se vale a pena ou não investir na bilheteria. Confira:
Forte enredo e personagens marcantes
Para quem pensou que o segundo Avatar seria uma sombra do primeiro, vem aí uma grande revelação: a sequência da franquia teve um trabalho minucioso para apresentar novos personagens — em especial para a família de Jake Sully.
Se boa parte dos filmes se "perde" em trazer familiares ou muito parecidos, sem uma personalidade própria, ou propositalmente distantes, " Avatar: O Caminho da Água " consegue quebrar o paradigma clichê da hereditariedade. Os filhos de Sully são únicos, têm personalidades marcante e, ao mesmo tempo, traços dos pais — o que justifica, talvez, os 13 anos de espera entre um filme e outro.
Para além da família principal, Cameron também consegue explorar a nova tribo de Na'vis, sua cultura e costumes a uma nova geração de protagonistas.
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Para ver de bexiga vazia
Com mais de três horas de duração e mais de 80% das cenas na água, há quem tenha perdido pedaços do filme no cinema para ir ao banheiro. Fica aqui a dica: ir ao banheiro antes do início da sessão.
Apesar de extenso, a duração de "Avatar: O Caminho da Água" é justificável: são muitas as cenas que mostram o desenvolvimento da família de Sully, além da cultura de uma nova espécie de Na'vis.
Longe de ser maçante, o conteúdo também traz um foco especial na fotografia e direção de arte: o segundo Avatar é visualmente belíssimo — o que faz as três horas passarem mais rápido. Se em 2009 o público já havia se encantado com Pandora dentro das florestas, debaixo d'água, a Lua consegue ser ainda mais deslumbrante.
A importância do respeito à família e ao meio ambiente
O primeiro filme da franquia já tinha como prioridade o respeito ao meio ambiente, à cultura de um povo e de seus costumes. O segundo filme, no entanto, acrescenta uma nova camada a essa predileção.
Entre as várias abordagens emocionais de "Avatar: O Caminho da Água", há uma clara consideração dos familiares mais velhos, como de costume, mas também dos pais para com seus filhos. A concepção de respeito desafia a ordem natural e consolidada de hierarquia familiar, além de explorar os limites do aprendizado entre irmãos, pais e filhos.
Mas esse respeito social não para só na família: ele se expande para o ambiente em que os personagens estão, seja ele na floresta ou dentro da água. O respeito com o meio ambiente, em especial com a fauna, é um dos pontos mais fortes do filme.
E falando em respeito...
Outra camada que traz uma dimensão ainda mais bela para o segundo filme da franquia é o profundo e absoluto respeito às personagens femininas, comemorando o que há em cada uma delas de força, virtude e personalidade.
Todas as mulheres do filme trazem um traço evidente de força, cada uma a sua maneira, uma forma bastante inteligente de abordar o papel das personagens na trama, em Pandora e dentro das famílias nas quais estão inseridas.
Vale ficar atento a como Cameron trouxe uma nova dimensão ao conceito de gravidez, de como devem se portar as mulheres grávidas, quais são seus limites e suas preferências.
A calmaria e a aflição da água
O segundo filme da franquia não se chama "Avatar: O Caminho da Água" à toa. Com o objetivo de levar o mundo de Jake Sully para debaixo d'água, James Cameron usou o ambiente aquático como um real personagem da trama.
Por meio dela, é possível sentir a tranquilidade do silêncio submerso, da flora e da fauna do oceano. Ao mesmo tempo, a água também traz a aflição, a ansiedade, o desespero de prender a respiração por muito tempo.
Há vários momentos de tensão durante o filme, muito transmitidos pelo ambiente. Há cenas para prender a respiração, cenas para relaxar com a vida marinha, cenas que ficam entre a vida e a morte, em uma mistura de sentimentos dispostos em um roteiro com fôlego e espaço para cada uma das emoções propostas.
A dualidade do ser humano
Já reconhecido no primeiro Avatar, o ser humano é um ponto de antagonismo na franquia de Cameron. Neste segundo filme, entretanto, o diretor traz uma dualidade quase palpável ao público: a convivência interna entre a ambição, crueldade, empatia e reciprocidade.
O "vilão" e sua motivação para Pandora talvez tenha sido uma escolha pouco criativa, ainda que traga um ponto importante para a história. Porém, a relação dele com os nativos — e com um personagem em especial — muda toda a trajetória do filme, além de abrir precedentes para os próximos da franquia.
O público pode esperar claras referências a outras obras cinematográficas mundialmente reconhecidas, mas há espaço para inspiração até mesmo literária — fica a dica aos leitores de "Moby Dick".
Mas e aí, vale a pena ver no cinema?
A palavra final da EXAME POP, com um olhar do espectador comum em uma crítica não especializada, é unânime: "Avatar: O Caminho da Água" vale o preço do ingresso e, para ser apreciado em sua máxima experiência, precisa ser visto em uma tela gigante.
O filme pode ser visto em 3D para uma maior imersão. No entanto, a falta desse recurso não traz impacto negativo ao público: a construção das imagens é uma experiência que vai além do óculos.
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