Aparência das estrelas da Poupulação 3 (Nasa/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2021 às 20h41.
Astrônomos encontraram o que pode ser, possivelmente, a primeira estrela do universo -- ou uma estrela derivada dela. Chamada AS0039, ela está a uma distância de 290 mil anos-luz da Terra.
Segundo informações do site Live Science, a conclusão foi obtida a partir da baixa concentração de metal, especificamente ferro, presente na estrela.
Ainda de acordo com o veículo, a estrela-mãe (de onde a AS0039 veio) teria cerca de 20 vezes a massa solar e provavelmente morreu em uma hipernova -- uma explosão estelar de 10 a 100 vezes mais poderosa do que uma supernova regular. Vale lembrar que, normalmente, estrelas vão usando todo o hidrogênio que possuem ao longo de sua vida e, depois, usam o carbono para gerar ferro. A partir daí, elas podem ficar densas demais e entrar em colapso.
"AS0039 tem uma composição química incomum que nos permite sondar a natureza das primeiras estrelas e, em particular, sua massa estelar", disse o co-autor do estudo Mike Irwin, astrônomo da Universidade de Cambridge, ao Live Science.
Para entender a importância disso, é necessário explorar outro aspecto presente no estudo. De acordo com os especialistas, as estrelas podem ser classificadas em "População 1" (de estrelas que podem ser observadas, com alta concentração de metal) "População 2" (com baixa concentração metálica) e "População 3". que nunca foram vistas.
Essa nova descoberta, segundo Irwin, traz a menor concentração de metais do que qualquer estrela observada fora da nossa galáxia, o que pode sugerir que a AS0039 tenha vindo de uma estrela da População 2, que por sua vez, era uma "descendente" da estrela da população 3.
“Isso é vital para nos ajudar a entender como o universo evoluiu para o que nós observamos hoje”, diz Irwin.