Veja como o Pix pode ajudar pequenas empresas a reduzir custos
Dois em cada cinco donos de micro e pequenos negócios estão entusiasmados com o lançamento do Pix no Brasil no dia 16 de novembro
Carolina Ingizza
Publicado em 6 de novembro de 2020 às 17h00.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 11h24.
Enviar e receber dinheiro a qualquer hora do dia e em todos os dias do ano. É com essa proposta que o Pix chega ao Brasil. O novo serviço brasileiro de pagamentos instantâneos começou a funcionar em uma fase de teste no dia 3 de outubro, mas será lançado para todos a partir do dia 16.
Como o serviço é obrigatoriamente gratuito entre pessoas, ele já nasce com a promessa de substituir os tradicionais TED e DOC como ferramenta de transferência bancária. Apesar da revolução prometida entre os pagamentos interpessoais, o pote de ouro do Pix está nas possibilidades de uso pelas empresas — tanto nas transferências com pessoas como com outras companhias.
“O novo sistema abre uma série de avenidas de inovação, permitindo que empresas reduzam o custo com boletos ou maquininhas ”, diz Carlos Netto, presidente da Matera, empresa de tecnologia voltada ao mercado financeiro.
O boleto bancário tem um custo de emissão que pode ultrapassar um real por unidade e demora quase uma semana para ser compensado e cair na conta da empresa. Mesmo os valores pagos com cartão de débito demoram para chegar na conta dos vendedores, que ainda precisam pagar taxas pelo uso da maquinha. Com o Pix, tudo isso será feito instantaneamente através de QR Codes.
A expectativa do mercado é que os pequenos negócios do varejo, de olho na redução de custos com maquininhas e boletos, estimulem o cliente a pagar com Pix, oferecendo descontos e promoções.
“No crédito, as empresas esperam 30 dias para receber ou pagam uma taxa para antecipar os recebíveis. Para reduzir custos, elas devem tentar levar seus clientes ao Pix, o que deve fazer o produto de antecipação de recebíveis cair”, diz Edson Fonseca, diretor da empresa de tecnologia financeira Sinqia.
No e-commerce , as possibilidades são outras. As lojas online vão perder menos vendas, já o valor pago entra na conta da empresa na hora com o Pix. Hoje, muitas compras online são feitas no boleto ou no crédito e depois são canceladas pelos clientes.
Expectativa das PMEs
Dois em cada cinco donos de micro, pequenos e médios negócios estão entusiasmados com a chegada do Pix. Os dados são da pesquisa QB Insights, encomendada pela fintech americana Intuit QuickBooks, que entrevistou 1.190 micro, pequenos e médios empreendedores de todo o país entre 9 e 19 de outubro.
O estudou mostra que pelo menos 40% dos empreendedores gostam da possibilidade de pagar menos ou ficar isentos de tarifas com o Pix. Isso porque alguns bancos digitais, como Nubank e Original, anunciaram que vão estender as tarifas gratuitas às contas pessoa jurídica. O Itaú prometeu três meses de isenção para as empresas clientes também.
Segundo Lars Leber, diretor da Intuit QuickBooks no Brasil, um dos principais benefícios que o Pix vai trazer aos empreendedores é a redução de custos com tarifas. A pesquisa mostra que 92% dos entrevistados paga algum tipo de taxa mensal para instituições financeiras para realizar transferências bancárias.
“Para uma pequena empresa, deixar de ter essa despesa mensal, por menor que ela seja, pode representar uma economia significativa ao longo do ano”, afirma Leber.