Startups brasileiras recebem 156 milhões de dólares em junho
Desde janeiro, já foram mais de 669 milhões de dólares investidos em 167 rodadas de empresas diferentes
Carolina Ingizza
Publicado em 7 de julho de 2020 às 19h04.
Última atualização em 7 de julho de 2020 às 19h15.
A crise causada pela pandemia não freou o mercado de venture capital. Em junho, o volume investido nas startups brasileiras foi de 156 milhões de dólares, distribuídos em 33 rodadas. O montante é 333% superior ao observado em maio deste ano, quando 36 milhões foram investidos. Os dados são do levantamento Inside Venture Capital Brasil, feito pela empresa de inovação aberta Distrito.
Entre as principais rodadas do último mês, estão o aporte de 47 milhões de dólares recebido pela Tembici, de bicicletas compartilhadas, liderado pelo Valor Capital Group e pela Redpoint eventures, e a rodada de 22,3 milhões de dólares da Cortex, liderada pelo SoftBank.
Ao longo do primeiro semestre, as empresas acumularam 669 milhões de dólares recebidos, em um total de 167 rodadas de captação de investimento. Em relação ao mesmo período de 2019, nota-se uma queda de 51% ante o 1,3 bilhão de dólares aportado até então no ano passado.
Gustavo Gierun, cofundador do Distrito, destaca que junho de 2019 foi um período atípico para o ecossistema brasileiro. “Tivemos três aportes extraordinários para Gympass, Creditas e Loggi, que, juntos, somaram 681 milhões de dólares. São investimentos enormes, considerados pontos fora da curva”, diz o especialista.
Desconsiderando os três aportes, o volume do primeiro semestre de 2020 e 2019 é relativamente parecido, segundo Gierun. "Não podemos perder de vista que 2019 foi um ano bastante positivo para o mercado de venture capital", afirma.
As fusões e aquisições, por outro lado, aceleraram nos primeiros seis meses de 2020. No primeiro semestre de 2019, 29 movimentações deste tipo foram realizadas, enquanto neste ano foram 43, uma alta de 48,3%. Somente em junho, seis startups foram compradas, entre elas Fliper, DM10 e Antecipa, todas compradas pela XP Investimentos.