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Startup PanoSocial tece moda sustentável com ex-presidiários

Dupla acredita que o sucesso de um negócio se mede pelo impacto criado para as pessoas e para o meio ambiente

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	PanoSocial: para dupla, sucesso de um negócio se mede pelo impacto criado para as pessoas e o meio ambiente
 (Divulgação / PanoSocial)

PanoSocial: para dupla, sucesso de um negócio se mede pelo impacto criado para as pessoas e o meio ambiente (Divulgação / PanoSocial)

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Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de junho de 2016 às, 08h20.

São Paulo - A brasileira Natacha Barros é produtora de moda e o austríaco Gerfried Gaulhofer, designer. Em um mundo obcecado pelo lucro, a dupla acredita que o sucesso de um negócio não se mede apenas pelos resultados financeiros, mas também pelo impacto criado para as pessoas e para o meio ambiente.

Juntos, eles estão à frente de uma startup transformadora, a Pano Social, que tece moda sustentável e reinsere ex-presidiários no mercado de trabalho. Criada em 2014, a empresa com sede em São Paulo produz roupas e acessórios a partir de algodão 100% orgânico ou 100% PET reciclado e, na linha de produção, conta com a ajuda de egressos do sistema prisional.

A PanoSocial confecciona para a própria grife e para outras marcas, além de produzir para clientes institucionais. Recentemente, eles entregaram sete mil camisetas da campanha #DesmatamentoZero do Greenpeace Brasil. Todas feitas com algodão orgânico e serigrafia em pigmentos naturais, assinadas pelo estilista Ronaldo Fraga.

Devido à produção limitada de algodão orgânico no Brasil (de cerca de 0,1% do total nacional), a startup importa o fio da Índia, segundo maior produtor mundial de algodão orgânico, atrás da China. "Trazer o algodão de longe ainda não é o melhor dos mundos quando se fala em sustentabilidade, mas é melhor do que usar algodão produzido de forma convencional, com uso excessivo de agrotóxico", diz Natacha. 

LEIA TAMBÉM: Uma revolução começou no seu armário — e cada peça conta

Após chegar aos solos brasileiros, a matéria-prima segue para confecções parceiras em Brusque, conhecida como "Cidade dos Tecidos", em Santa Catarina. É lá que é produzida a malharia usada nas camisetas da startup. Já o tecido plano, usado na produção de ecobags, calças, entre outras peças, é confeccionado na Paraíba. Ambos os processos utilizam apenas tingimento natural, incluindo estamparia.

Oficina própria

Os sócios investiram por volta de 60 mil reais ao longo desses dois anos de vida do negócio. Agora, segundo Natacha, eles se preparam para receber um aporte de cerca de 250 mil reais da Bemtevi, empresa que investe em negócios sociais.

Com o investimento, eles planejam abrir uma oficina de confecção própria no centro de São Paulo e empregar até 17 ex-detentos . "O contrato com a Bemtevi prevê que que todo o lucro será revertido para aumentar o impacto social e ambiental de modo positivo e crescente" destaca.

Atualmente, parte da produção ainda é terceirizada. Ao contratar os serviços de uma confecção, a startup busca sempre inserir egressos do sistema penitenciário no processo, o que acaba "contagiando" a produção com a missão social, conforme Natacha.

Os ex-detentos vêm do Projeto Segunda Chance, da organização não governamental (ONG) AfroReggae, que visa inserir egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, ou a partir da Funap, órgão que desenvolve programas sociais para presos e ex-detentos. 

"Cada vez mais, precisamos desenvolver a percepção de que a mudança que a gente espera no mundo talvez não dependa do outro, mas de nós mesmos. Nosso papel na Pano Social não é vender produto, mas comunicar o impacto ambiental e social através da venda de um produto. Essa é a nossa missão", define a empreendedora social.

PanoSocial: startup produz camisetas para a própria grife, outras marcas e clientes institucionais. (Divulgação/ PanoSocial)

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