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Startup fatura milhões com descontos de 50% em passeios infantis

O Clubinho de Ofertas chegou perto de fechar após o declínio das compras coletivas, mas deu a volta por cima e espera faturar R$ 9 milhões em 2018.

Crianças: startup dá descontos para programas infantis (Rawpixel/Thinkstock)

Mariana Desidério

Publicado em 9 de maio de 2018 às 06h00.

Última atualização em 9 de maio de 2018 às 06h00.

São Paulo – Manter os gastos mensais dentro do orçamento da família é um desafio para muitos pais: afinal a chegada dos pequenos traz diversos gastos a mais para a equação. A empreendedora Grasiela Camargo viveu esse desafio na pele com a chegada de sua filha Julia – e decidiu fazer da questão um negócio.

Nascia assim, em 2011, o Clubinho de Ofertas, uma startup de descontos para o público infantil.

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“Eu adorava compra coletiva , e comprava sempre para fazer coisas com ela, porque era difícil conciliar o orçamento com as novas despesas. Então tive a ideia de fazer um clube de compras específico para crianças” conta Camargo, que largou um emprego com publicitária para iniciar o empreendimento junto com o marido. O investimento para iniciar o negócio foi de 100 mil reais.

Na época, as compras coletivas estavam em alta, e o negócio aproveitou a onda para se estabelecer. Porém, alguns anos depois, foi necessário rever o modelo de negócio para continuar no jogo – a famosa pivotagem.

“Em 2013 quase quebramos. Quando pivotamos para focar no entretenimento, reduzimos a equipe e conseguimos do negativo e acertar as contas”, conta.

A empreendedora Grasiela Camargo, do Clubinho de Ofertas (Clubinho de Ofertas/Divulgação)

Pivotagem

A empresa, que tinha uma equipe de sete pessoas foi reduzida a três – Camargo, seu marido e sócio e mais um funcionário. A estratégia da empreendedora para sobreviver foi focar em um nicho bem específico: o de bilheteria.

“Analisamos nossos números e percebemos que a maior parte das compras feitas no site era de teatro infantil. Decidimos então ficar só com a parte de bilheteria”, explica. Hoje o site oferece ingressos para peças de teatro, espetáculos de circo, parques e shows no Rio de Janeiro, Niterói e em São Paulo.

Além de simplificar a operação, a mudança resolveu um problema para a empreendedora. Isso porque, antes, o site trazia anúncios de serviços como buffet infantil, fotógrafo para festas etc. Só que era impossível para a startup garantir a qualidade do serviço oferecido por esses parceiros, o que às vezes gerava reclamações dos clientes.

“No caso das peças, eu sei que elas vão acontecer mesmo que eu não venda ingressos. São parceiros muito mais confiáveis”, explica a empreendedora.

Na opinião de Camargo, a aposta no nicho foi o que salvou a empresa do declínio das compras coletivas. "Somos sobreviventes da compra coletiva porque focamos no nicho. Isso te dá um diferencial incrível e não é necessário fazer a divulgação para todo mundo”, afirma.

A mudança se mostrou acertada e, em 2015, o negócio que esteve por um fio fechou o ano com faturamento de 1,3 milhão de reais. O ano marcou a chegada do serviço a São Paulo (até então, ele oferecia descontos só para eventos no Rio) e mudanças na plataforma para melhorá-la.

Já em 2016 que Camargo passou a tocar o negócio sozinha. A saída do marido ajudou o negócio e a família a equilibrarem melhor as contas e permitiu investimentos fundamentais para o sucesso da startup, conta a empreendedora.

Aceleração

Em 2017, o Clubinho participou da aceleração da ACE, considerada a melhor aceleradora de startups da América Latina. Em 2017, recebeu um aporte de 150 mil da mesma aceleradora, que ficou com uma fatia de 10% do negócio. Já o faturamento naquele ano ficou em R$ 2,9 milhões.

Com o dinheiro e as orientações recebidas na ACE, a expectativa da empreendedora é fechar 2018 com um faturamento de R$ 9 milhões. Dentre as estratégias para isso estão investimento em marketing e melhorias na plataforma.

Hoje, o Clubinho de Ofertas tem 450 parceiros em 100 mil clientes cadastrados. Os descontos nos ingressos são em média de 50%, dependendo do acordo com cada parceiro. O site fica, em média, com 30% do valor.

“Esses eventos não são baratos. Se contar pai, mãe e a criança, mais estacionamento, um passeio pode sair por 150 reais. Nosso objetivo é ajudar as famílias a saírem mais”, resume a empreendedora.

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