Pessoas usam smartphones: Disponível para tablets, smartphones e computadores, o Que Fala transforma frases selecionadas pelo usuário em mensagens de voz (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 10h32.
Brasília - Um aplicativo criado por quatro jovens de São Paulo está mudando a vida de pessoas com deficiência na voz. Disponível para tablets, smartphones e computadores, o Que Fala transforma frases selecionadas pelo usuário em mensagens de voz, permitindo ao usuário comunicar-se diretamente com seu interlocutor. O grupo de empreendedores foi um dos que venceu a edição de 2013 da Maratona de Negócios da Campus Party, iniciativa que conta com a presença do Sebrae para apoiar o surgimento de startups inovadoras.
O Que Fala funciona por meio de pranchas digitais, que substituem as de papel geralmente usadas em hospitais e clínicas. A tecnologia se baseia na chamada Comunicação Suplementar e Alternativa (CSA). Conforme as características de cada usuário, como idade, sexo e hábitos, é possível personificar as mensagens. A partir daí, consegue-se usar o aplicativo em lugares como lojas, restaurantes e consultórios.
O engenheiro elétrico Rodrigo Bronzeri é um dos quatro sócios da empresa Métodos Soluções Inteligentes, responsável pelo Que Fala. A startup já reúne uma carteira com 180 clientes, além do governo de São Paulo, que fornece o software a pacientes do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro.
Rodrigo conta que há alguns anos o empreendimento começou a se voltar para soluções de acessibilidade. Na Campus Party, eles apresentaram uma ideia chamada Voo do Dragão, um dispositivo para identificar espaços públicos e privados adaptados a portadores de necessidades especiais. “Por uma facilidade maior de colocar em prática o Que Fala, deixamos o Voo do Dragão em espera, mas queremos levar esse projeto adiante. Por isso, buscamos o apoio de investidores”, afirma.
Como prêmio por serem vitoriosos na Maratona de Negócios da Campus Party, os quatro jovens ganharam consultorias do Sebrae. “Esse apoio foi fundamental para estruturar nossa startup e solucionar certas carências. Ajudou-nos a definir nosso público, que não são os pacientes, mas familiares e instituições que os assistem”, conta.
Outra sócia da startup, Juliana Remorini, terapeuta ocupacional, começou a participar do Sebraetec, programa do Sebrae que oferece consultorias em inovação e tecnologia, com até 80% de subsídio. Incentiva o empresário a lidar com diversas ferramentas para tornar seu negócio mais competitivo, como design de ambientes, uso de logomarcas, propriedade intelectual e acesso a fornecedores de equipamentos. “Ouvimos falar muito bem do Sebraetec e acreditamos que vai nos ajudar a dar passos mais largos”, prevê Rodrigo.