Sodiê Doces enfrenta crise com a greve dos caminhoneiros
A rede de bolos e salgados, criada a partir de um sonho de uma boia-fria, enfrenta problemas de produção e abastecimento dos franqueados
Mariana Fonseca
Publicado em 30 de maio de 2018 às 06h00.
Última atualização em 30 de maio de 2018 às 06h00.
São Paulo - Mais uma pequena empresa está sofrendo com as consequências da greve dos caminhoneiros . A Sodiê Doces, rede de franquias de bolos e salgados , enfrenta diversos problemas para manter sua operação há dias.
O negócio começou com um imóvel de 20 m² em Salto (São Paulo) no ano de 1997. A dona da confeitaria, Cleusa Maria da Silva, já foi boia-fria e empregada doméstica.
“Um dia, uma antiga patroa precisou de ajuda para fazer um bolo. Mas eu nunca tinha feito um bolo na vida. Ela me ensinou os detalhes e comecei a fazer bolos e doces e vender no bairro. Naquela época, há 19 anos, eu comprei mesas, uma vitrine e comecei a vender bolo em Salto, interior de São Paulo. Foi a minha primeira loja”, relatou em entrevista ao Sebrae.
A empreendedora divulgou hoje um comunicado sobre como está a situação da Sodiê Doces e suas 300 unidades em doze estados brasileiros.
A fábrica de salgados da marca, localizada em Boituva (São Paulo), está fechada há dois dias e não previsão de reabertura. O espaço de 1.300 m² foi inaugurado há um ano, após investimento de quatro milhões de reais em caminhões refrigerados, construção de planta, equipamentos e treinamento de funcionários. Coxinhas, empadas, esfihas, kibes, quiches e pastéis assados - nada disso está sendo levado às lojas.
Diego Rabaneda e Cleusa Maria da Silva, da Sodiê Doces e Sodiê Salgados
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“Temos produtos, mas não temos como entregar. Estamos como um caminhão preso na estrada há uma semana, que, por sorte, estava vazio. Se não, perderíamos os produtos, já que são perecíveis”, escreve.
Os problemas se espalham da fábrica para os franqueados. Há falta de produtos como frutas e ovos, essenciais para a fabricação dos bolos e doces. Com isso, já perderam entre 30 a 50% das vendas. “Algumas unidades correm o risco até de serem fechadas, caso a situação não se normalize logo.”
O timing não poderia ser pior: há algumas semanas a marca lançou um aplicativo dedeliverydos seus comes e bebes. A expectativa da empreendedora era, na época, “aumentar ainda mais as vendas para os nossos franqueados, sem contar a rapidez nos pedidos e nas entregas”. Infelizmente, não houve tempo hábil para testar o produto e reajustá-lo - já que os lojistas não possuem combustível para as entregas.
“Estou na torcida para que tudo se resolva da melhor maneira possível e que o país volte ao normal em breve”, termina Cleusa Maria.