Onda de bullet journals transforma papelaria chique em franquia
Magnólia é primeira franquia do setor registrada na Associação Brasileira de Franquias, com a proposta de democratizar planejadores
Mariana Fonseca
Publicado em 1 de junho de 2019 às 08h00.
Última atualização em 1 de junho de 2019 às 08h00.
Os bullet journals surgiram há poucos anos, como um método de organização pessoal e produtividade que se apoia nos clássicos cadernos e canetas. Esses diários por tópicos se expandiram , ganhando ares inspiracionais e produtos associados, das fitas decorativas às canetas especializadas. A rede de papelarias Magnólia quer acabar com o último obstáculo para que os planejadores se popularizem por aqui: o preço.
A forma encontrada para diminuir o tíquete médio foi aumentar o volume produzido, por meio da expansão pelo franqueamento . No primeiro ano de operação, a Magnólia faturou 4 milhões de reais. Hoje, tem 22 unidades em operação. Até o final deste ano, a marca projeta chegar a 60 unidades e 20 milhões de reais de faturamento.
Da necessidade ao negócio
A Magnólia tem cinco sócios: Julia Hueb; Fillipe Janiques; Igor Vendas; Thiago Janiques; e Vitor Viana. A ideia surgiu quando a noiva de Thiago Janiques estava se preparando para prestar um concurso público.
Ela não encontrava materiais para se organizar e, se encontrava nas papelarias chiques, estavam acima do orçamento.Esse problema também aparecia na internet: os bullet journals, planejadores e materiais associados eram pedidos de lojas virtuais americanas ou asiáticas.
Thiago e o irmão, Fillipe Janiques, decidiram montar uma empresa do tipo, mas nos centros de compras de Brasília. O marqueteiro e o administrador também são donos de uma empresa de picolés. Chamaram para o negócio o casal Julia Hueb e Igor Vendas, que já tinham experiência com um quiosques franqueados em shopping center. Vitor Viana, coordenador de operações na multinacional de bebidas Ambev, entrou meses depois para ajudar na logística da Magnólia.
A primeira unidade da papelaria abriu em fevereiro de 2018. No primeiro mês, o faturamento foi de 80 mil reais. “Começamos a receber interessados em abrir filiais e fomos estudar mais sobre como operar no mercado de franquias”, afirma Vendas.
A Magnólia contratou uma consultoria para formatar o negócio ao franqueamento e para elaborar a Circular de Oferta de Franquia (COF), documento que contém todas as informações necessárias ao franqueado. A primeira unidade franqueada começou em abril de 2018, em Goiânia (Goiás).
Estratégia de crescimento
Para se diferenciar das papelarias comuns e das papelarias chiques, a Magnólia defende um tíquete médio intermediário. Seus clientes costumam gastar 65 reais e levam 2,5 itens por compra. Em papelarias finas, Vendas afirma que o tíquete médio vai de 100 a 120 reais.
“Conseguimos um preço mais baixo sem reduzir qualidade por praticamos uma margem menor, que vai de 200 a 250% contra 300 a 400% das papelarias finas. Outro ponto é o volume de vendas, pelo modelo de franquias, que nos faz comprar dos fornecedores por um preço abaixo da média. Queremos expandir para baixar o custo e ampliar a margem dos nossos franqueados”, diz o sócio.
O público é 95% mulher e vai das classes A até C, geralmente entre 18 e 35 anos de idade. Elas procuram blocos, bullet journals, planejadores, cadernos e canetas para organização e produtividade do dia a dia, desde uma lista de tarefas domésticas até agendas para reuniões ou planos alimentares.
“Queremos ser de shopping, com um produto de rotina para casa, estudos e trabalho. Os planejadores vendem mais que os bullet journals decorados”, afirma Hueb.
A Magnólia possui 22 unidades em operação hoje e espera chegar a 60 até o final deste ano. O foco está nas regiões Sudeste e Sul. No ano passado, o faturamento foi de 4 milhões de reais. Neste ano, a projeção é de 20 milhões de reais.
Nem todos possuem dedicação e tempo para transformar todas suas anotações para o padrão dos bullet journals -- mas a Magnólia aposta em um pouco de capricho no dia a dia.