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E-commerce bombando: Olist compra Tiny e Vnda para dominar varejo digital

Com as compras, startup soma 4 aquisições em um ano; intenção é se tornar ecossistema completo de soluções para o comércio digital

Gustavo Reis e Denis Osório, fundadores da Vnda, e Tiago Dalvi: CEO da Olist: 4 aquisições em 1 ano (Olist/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 08h00.

Última atualização em 29 de outubro de 2021 às 11h23.

O Olist, startup que conecta pequenos lojistas a grandes marketplaces, acaba de anunciar a aquisição de 100% das operações das empresas gaúchas Tiny ERP e Vnda. Com as duas novas empresas, chega a quatro o número de aquisições feitas pela startup curitibana no último ano.

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O propósito com a aquisição é criar um ecossistema completo no varejo digital, explicou Tiago Dalvi, CEO e fundador do Olist, em entrevista à EXAME. “Unimos as pontas com soluções que se conectam entre si, mas mantêm sua independência. E quem verá esse benefício é o lojista”, diz. A empresa paranaense informou a compra nesta sexta-feira, 29, mas o valor da transação não foi divulgado.

Fundada em 2012, a Tiny ERP é uma empresa de gestão que oferece tecnologia para que lojistas sejam capazes de reunir, em um único sistema, informações relevantes sobre a administração do negócio, como recursos financeiros e estoque. A ideia é explorar as sinergias e levar essa nova opção oferecida pela Tiny à própria base do Olist, além de expandir para uma leva de lojistas que ainda não utilizam sistemas de gestão mais sofisticados.

Já a aquisição da Vnda, uma plataforma de e-commerce que unifica operações físicas e digitais de lojistas, é uma tentativa de também alcançar a parcela do varejo que ainda está limitada apenas ao ambiente offline, ou seja, fora dos marketplaces. “Mais de 50% dos clientes do Olist nunca haviam vendido online antes de entrar para a nossa carteira. Temos muito trabalho pela frente, considerando que 90% do varejo ainda está offline”, diz.

Apesar de o Olist ter adquirido 100% do capital das duas empresas, os líderes Rogério Tessari, CEO e cofundador do Tiny, e Gustavo Reis e Dênis Osório, cofundadores da Vnda, continuam à frente das operações.

Ir às compras só foi possível graças a um crescimento ascendente da startup nos últimos meses. Com a pandemia e a digitalização do comércio, o Olist viu a sua base de clientes dobrar e o faturamento triplicar em 2020, quando comparado ao ano anterior.

Também durante esse período, Olist se consolidou como um facilitador da digitalização de PMEs. A empresa lançou o Olist Shops, recurso que permite a criação de vitrines virtuais em menos de 3 minutos, já com checkout de pagamento e integração com operadores logísticos. Em menos de um ano, o recurso já tinha cerca de 200.000 usuários em 180 países.

Enquanto isso, o Olist Store, principal produto da empresa, continuou responsável pela gestão de produtos, logística e pagamentos de gigantes como Mercado Livre, B2W e Via.

Alguns cheques de grandes investidores também prepararam o caminho e estimularam o apetite da startup por aquisições. Ao final de 2019, a empresa concluiu uma série C de investimentos de 190 milhões de reais, liderada pelo Softbank. Um ano depois, recebeu mais 310 milhões de reais do conglomerado japonês em uma rodada série D que, pouco tempo depois, foi ampliada para receber Goldman Sachs, chegando a 80 milhões de dólares, ou 450 milhões de reais.

Segundo Dalvi, as ferramentas oferecidas a vendedores que desejam atuar no ambiente digital hoje são complexas e desconexas. A intenção do Olist com as aquisições — plano que já havia sido antecipada pelo CEO desde o último aporte — é criar um ecossistema completo e que torne o dia a dia do lojista muito mais fácil.

Antes da Tiny ERP e Vnda, Olist já havia comprado a Clickspace, de serviços para o e-commerce e a PAX, plataforma de logística na nuvem que trouxe à empresa uma base de 4.000 motoristas autônomos. “Nos obrigamos a ser a empresa mais eficiente do setor e queremos levar essa eficiência para essas outras empresas que trazemos para o grupo”, diz.

Segundo Dalvi, 60% dos clientes não têm qualquer solução de ERP. “Entendemos que para um lojista, é difícil se digitalizar se não houver uma gestão de estoque e de preço. Por isso queremos propor o básico para que nosso trabalho continue”, diz. “As duas empresas são referências em seus segmentos e, juntas, vão nos ajudar a criar um ecossistema que compreende marketplace, e-commerce, logística e ERP, de uma só vez”, diz.

A expectativa é triplicar o resultado das duas empresas já em 2022, mantendo o ritmo já visto ano a ano na própria Olist. Já a tese de fusões e aquisições, que surgiu na startup para atender a velocidade exigida para uma plataforma de e-commerce em um mercado aquecido, deve ser mantida.

Na mira do Olist estão empresas e soluções de setores variados, com uma atenção especial aos serviços financeiros, como carteiras digitais, crédito e pagamentos.

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