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O que esperar no mundo das startups para 2017

Qualquer um que prestar atenção ao seu entorno perceberá que as pessoas esperam por receber mais e novos serviços.

Ideia: impactos de novos serviços ainda não são percebidos em toda a sua extensão (Thinkstock)

Ideia: impactos de novos serviços ainda não são percebidos em toda a sua extensão (Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 15h00.

Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 15h00.

As tendências para novas startups

Não há grandes controvérsias entre especialistas sobre quais os temas que possuem o maior potencial para gerar novos negócios: qualquer um que prestar atenção ao seu entorno perceberá que as pessoas esperam por receber mais e novos serviços. E que quase todos os serviços novos oferecidos envolvem o uso de dados e informações em massa e de tecnologia da informação (TI).

Os impactos desses serviços, que devem ultrapassar o mundo dos negócios, ainda não são percebidos em toda a sua extensão.

Algumas áreas de negócio que devem mudar radicalmente nosso dia a dia:

1. Soluções economicamente viáveis que alteram o conceito de “escala de produção”, como geração de energia limpa e tratamento de efluentes localmente, melhorando a sustentabilidade. Vemos uma redução de poluição, de emissão de gases do efeito estufa, do desperdício de energia inerente às grandes redes de distribuição de energia, entre outros benefícios.

2. Serviços financeiros em geral. Algumas tendências são a moeda virtual bitcoin, os meios de pagamentos digitais e os robôs de investimento.

3. Serviços de saúde. Alguns negócios de atenção são o de mapeamento de DNA e o de prontuário on-line e em tempo real.

4. Negócios envolvendo a mobilidade e o transporte de pessoas e de bens (carros sem motoristas, drones etc.).

Quais as características desses negócios inovadores?

1. Geram novos modelos de negócio;

2. Não estão regulamentados, e portanto geram uma grande inquietação em governos e sindicatos - ou seja, no “establishment”;

3. Crescem muito rápido, tanto em volume como em receitas;

4. Também são copiados ou imitados de forma fácil e rápida. Se não forem capazes de reinventar-se, acompanhando o ritmo da inovação, eles também serão superados em curto espaço de tempo. O desconhecido chega até nós cada vez mais rápido.

5. São colaborativos. Ou seja, o cliente participa do desenvolvimento das soluções. Os negócios têm como foco o cliente e a customização dos produtos e serviços oferecidos.

6. Usam intensivamente a tecnologia de informação, especialmente as que envolvem os dispositivos “mobile”. Serão em sua grande maioria serviços que utilizam melhor a internet e a conectividade para gerar informações úteis, que facilitam a vida das pessoas. Apoiarão-se no processamento em nuvem e no “big data”.

7. Serão negócios que exploram de forma eficaz a internet das coisas (IOT – Internet of Things). A mobilidade das pessoas é uma das áreas de maior impacto “disruptivo” envolvendo soluções que usarão a IOT. A transformação das empresas de intermediação (representantes, atacadistas, varejistas etc.) certamente também gerará novos mecanismos de aproximar empresas e clientes finais.

8. Para permitir que isto aconteça, as pessoas inicialmente se dispõem a abrir mão da sua privacidade em maior ou menor medida. Haverá um novo problema a ser resolvido: como lidar com o uso indevido e até criminoso de informações obtidas legalmente.

9. O conceito de blockchain para “autenticar” documentos e transações será mais utilizado, com enorme potencial em diversas áreas de negócios e até de comportamento social.

Desafios e possibilidades

No mundo, mas de forma muito mais acentuada no Brasil, o marco regulatório (leis e normas legais e administrativas) e a ingerência excessiva do Estado na vida das pessoas serão os grandes obstáculos a ser vencidos pelas novas startups. Será necessário rever esse papel do Estado e a sua ingerência nas atividades econômicas. Tenho quase certeza que o impacto dessa mudança se alastrará até a revisão dos mecanismos de representação e participação das pessoas na democracia.

A transformação já começou: alguns a abraçam, enquanto outros resistem a ela. Indústrias ou áreas de negócio inteiras estão revendo seu futuro (como com a convergência de mídias, que afeta as empresas de telefonia, rádio, televisão, entretenimento e o jornalismo em geral). O mundo já teve outras épocas de transformação similares: a diferença de hoje é a velocidade.

Certamente será uma era de renovação diante das oportunidades que se apresentarão para quem souber interpretar as mudanças e transformar as suas ideias em negócio. Como toda mudança profunda, haverá crises, que deverão ser superadas e exigirão da sociedade a formação de líderes capazes de influenciar e conduzir a transformação. Eis aqui, nas pessoas, que reside a chave do futuro.

A colaboração para evoluir para o futuro ou a violência como mecanismo de resistência às mudanças? O triunfo da inovação ou o da mediocridade? É para conferir. Fazer parte deste movimento certamente não nos deixará com tédio. Boas festas e até a próxima!

Cristian Welsh Miguens é professor do curso de negócios da Universidade Anhembi Morumbi.

Envie suas dúvidas sobre startups para pme-exame@abril.com.br.

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