Na Petz, força felina quer dominar vendas e categoria cresce com startup
Desde que chegou ao grupo Petz, a Cansei de Ser Gato já fez crescer categoria felina na empresa; hoje, 20% dos produtos vendidos são para gatos
Maria Clara Dias
Publicado em 18 de abril de 2022 às 16h44.
Última atualização em 18 de abril de 2022 às 16h55.
O entusiasmo de “gateiros”, apelido dado a donos aficionados por seus gatos de estimação, está aquecendo o negócio de empresas dedicadas a atender uma leva de pais de pets dispostos a gastar quantias cada vez maiores de dinheiro para mimar seus companheiros felinos. Na Petz, por exemplo, essa tendência já é evidente na relevância da categoria de gatos nas vendas totais.
De 2015 para cá, a representação da categoria na receita cresceu de 14,5% para mais de 20% em 2022. E no Adote Petz, programa de adoção de animais da empresa, a busca pelos gatinhos cresce ano a ano. Em 2021, os bichanos representaram 65% das adoções totais, ante 35% dos cães. Em 2020, esse número era de 57%.
“É um ritmo acelerado de crescimento”, diz Luciano Sessim, diretor de marketing da Petz. "Isso supera até mesmo o crescimento nas vendas de produtos para cachorros”.
Para além da paixão dos gateiros, por trás do sucesso da categoria na empresa na maior empresa de produtos para animais de estimação do país está a Cansei de Ser Gato, um e-commerce de produtos para gatinhos adquirido pela Petz em junho de 2021.
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Fundado em 2013 por Amanda Nori e Stéfany Guimarães, a empresa começou como uma página na internet voltada à produção de conteúdo para donos de gatos. Com o tempo, passou a vender e também a criar seus próprios produtos. Hoje, quem estrela as publicações da Cansei de ser Gato na internet é o Chico, mascote e “garoto-propaganda” da empresa e dono de mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais da marca.
O mercado felino da Petz
Desde que a Cansei de Ser Gato passou a integrar o ecossistema da Petz, há pouco menos de um ano, a categoria felina dentro subiu 57%. O impulso levou o Grupo Petz a levar a empresa felina para além do e-commerce: hoje, nas três lojas físicas onde os produtos da empresa são comercializados, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, a Cansei de Ser Gato é responsável por 15% das vendas da categoria.
Migrar, em partes, para o ambiente físico é um desafio para a Cansei de Ser Gato, nativa digital. Para encontrar o ponto de equilíbrio na hora de atrair gateiros já habituados às compras online e à comunidade de tutores da qual faziam parte, Amanda, Stéfany e Sessim decidiram levar a Cansei de Ser Gato para as ruas. “Nossos clientes eram muito engajados, mas em uma comunidade digital”, conta Amanda.
A resposta encontrada esteve na organização de encontros para gateiros e seus bichanos, carinhosamente apelidados de “agentes da dominação" em crachás distribuídos de maneira individual. No Rio de Janeiro, mais de 800 gatos participaram. Em São Paulo, foram 1.500 participantes. “Hoje com o alcance da Petz e a nossa preocupação que temos como empresa desde o início, conseguimos unir alcance nacional ao desejo de manter nosso público mais fiel: aquele que vai ao evento, que é o gateiro mesmo. O nicho do nicho”, diz Stéfany.
Segundo Stéfany, não há pressa para colocar itens da Cansei de ser Gato em todas as lojas da Petz. Pelo contrário. “Queremos construir a narrativa de ir conquistando loja a loja, com os gatos dominando de pouco em pouco”, diz. “Com ativações como as que fazemos, despertamos o desejo de nossa comunidade de ajudar nessa dominação felina, de querer ir às lojas e se tornar um cliente fiel”.
A nova empreitada da empresa está na chegada ao Distrito Federal, em mais uma loja física do grupo Petz. O local escolhido segue uma cuidadosa análise de praças de maior potencial. Outro desejo está a inclusão de produtos recorrentes no portfólio. Além dos acessórios, a Cansei de Ser Gato quer passar a vender itens de higiene e alimentação. "Queremos ser o primeiro lugar que vem à mente quando o assunto é comprar coisas para gatos", diz Amanda.
“É, sem dúvida, um mercado que ainda carece de produtos de qualidade e diferenciados quando comparado a mercados como Europa e Estados Unidos. Também faltam eventos voltados ao público gateiro. Tudo isso podemos criar para os tutores de gatos, em termos de produto e experiência, com a Cansei de ser Gato”, diz Sessim.