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Manter padrão é barreira para franquias no exterior, diz estudo

Levantamento mostra que aumentou em quatro vezes a quantidade de franquias brasileiras internacionalizadas

Hoje, 68 redes brasileiras já têm franquias em outros países (EXAME.com)

Hoje, 68 redes brasileiras já têm franquias em outros países (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 15h46.

São Paulo - Entre 2000 e 2010, o número de franquias brasileiras que foram para o exterior mais que quadruplicou, passando de 15 para 68, o que representa 4,7% das marcas nacionais. É o que indica um estudo feito pela ABF e pela ESPM, entre março e novembro deste ano. Hoje, o Brasil fica em sexto lugar quando o assunto é numero de unidades e em quarto na quantidade de marcas dentro do próprio território.

Para o especialista em franquias e sócio diretor do Grupo Cherto, Fernando Campora, se houvesse preparação, a internacionalização seria mais do que uma aventura. “Da nossa experiência, a grande questão é que as empresas não vão 100% preparadas. Alguns tipos de franquias são difíceis de internacionalizar e manter. Por exemplo, o setor de serviços”, diz. “Pelo fato da internacionalização ser um processo recente, é também um processo de aprendizado e erro”, diz Thelma Rocha, professora da ESPM que acompanhou o estudo.

O bom momento do mercado doméstico foi uma das razões apresentadas para não sair do país. Os franqueadores consideram muito mais atrativo crescer aqui do que ir para fora, segundo a pesquisa. “O mercado interno está aquecido e mesmo com essa visão elas querem ir para o exterior. Elas têm a mentalidade de inovar e compreendem que se ficarem só localmente não vão conseguir acompanhar as mudanças que acontecem no mundo globalizado”, explica a professora.

Entre os motivos para internacionalizar, todos os entrevistados deram a mesma resposta: explorar globalmente seus serviços e produtos. A chance de explorar um mercado ainda não atendido (90%), o forte conhecimento sobre as peculiaridades do país onde desejam atuar (70%) e o fato de terem estudado o mercado local (65%) também aparecem entre as respostas.

Quem já se arriscou a ir para outro país coloca a questão de garantir que o padrão de negócio seja reaplicado no exterior como a principal dificuldade. Encontrar e treinar funcionários e atender as exigências dos consumidores também impedem o bom desenvolvimento das franquias em outros países.

Os principais destinos das franquias brasileiras, que já estão em 49 países, são Portugal e Estados Unidos, o primeiro pela proximidade com a língua e o segundo, pelas oportunidades. Os segmentos de atuação são Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, Alimentação, Vestuário, Acessórios Pessoais e Calçados, e Educação e Treinamento. A necessidade de ter um franqueado máster foi apontada por 55% das empresas. “A maior parte dos casos de sucesso está em ter um parceiro local”, afirma Campora. A pesquisa ouviu mais de um terço das 68 redes brasileiras de franquias que atuam no exterior.

Leia mais: Sete dicas para levar uma franquia para o exterior

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